E o euro para onde vai? Previsão impossível complica plano de turistas e estudantes

Para onde vai o euro? Especialistas acreditam que seja impossível prever, neste momento, até onde a moeda pode subir (ou cair).

O euro vai cair? Ou vai subir? Até onde? Quem lida com a moeda europeia tem repetido essas perguntas com apreensão nas últimas semanas. Afinal, a cotação que andava por volta dos R$ 6 em fevereiro encostou nos R$ 6,70 nos dias 16 e 21 de abril. Qual é o limite? Apesar de queda recentemente (a moeda agora ronda os R$ 6,45), os especialistas afirmam que neste momento fazer uma previsão é impossível

“Com base em toda situação muito incerta e dinâmica imposta pelo novo governo (Donald) Trump, temos que ter humildade para dizer que não sabemos para onde vai o euro”, assume José Faria Júnior, planejador financeiro CFP pela Planejar. “Tudo dependerá dos próximos passos e eventuais acordos”, diz ele.

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Paloma Lopes, economista da Valor Investimentos, acredita que o euro ainda possa se valorizar em consequência do efeito Trump. Mas concorda que sua oscilação seja ainda mais imprevisível do que a do dólar. “Cada país do mercado europeu reage de uma forma ao tarifaço, não há uma negociação em bloco com Trump”, explica. “Ou seja, quanto mais houver mudanças na tarifárias, mais a moeda europeia deve oscilar”, afirma.

O que fazer se você tiver uma viagem programada para a Europa?

Para quem está com uma viagem programada para o continente europeu, Paloma acredita que a melhor alternativa para comprar euro mais barato seja fazer depósitos em reais em algum tipo de cartão internacional pré-pago e, aos poucos, realizar a conversão. “Com isso, é possível aproveitar as quedas da moeda até a data da viagem”, diz a especialista. “Eu não converteria todo o valor neste momento”, afirma.

Claro que haverá despesas extras, que serão pagas posteriormente, mas o ideal, de acordo com o planejador financeiro, é ter pelo menos 90% da despesa paga antes de embarcar. Isso inclui passagem, hotel e compra de moeda, por exemplo. “Dessa forma, a oscilação da moeda tende a ter impacto menor no orçamento”, afirma Faria Júnior.

E quem vai estudar na Europa?

Paloma lembra que muitos brasileiros têm optado por países europeus para fazer cursos de um ano na área de negócios ou tecnologia, por exemplo. “Inclusive porque geralmente é mais complicado obter visto para os Estados Unidos”, diz ela.

Para quem se planejou para passar um período desse tipo em solo europeu, a dica do planejador financeiro é construir a reserva com antecedência. “Se o curso for para daqui um ano, por exemplo, o ideal é comprar 1/12 da despesa todos os meses e fazer um preço médio”, diz ele.

E quem mantém um familiar na Europa?

Existem casos também de pessoas que mantêm filhos estudando fora. “Nesses casos, é normal que um curso de graduação dure até cinco anos, por exemplo, por isso geralmente as famílias compram euro a cada mês ou a dois meses para remeter”, diz ele.

Nesse caso, Faria Júnior recomenda ficar muito atento às oscilações da moeda para aproveitar os momentos de queda, que às vezes duram bem pouco tempo, e antecipar a compra.

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