Dividendos em queda: por que estas ações foram consideradas ‘decepções’ em 2023?

AÇÕES

Juros elevados, arrefecimento nos preços das commodities e incerteza com a reforma tributária foram alguns dos fatores que provocaram a queda nos dividendos em 2023.

As companhias também seguraram mais recursos em caixa. O tempo médio entre o anúncio e o efetivo pagamento de proventos foi de 84 dias em 2023 – o mesmo que o registrado em 2020, na pandemia.

Companhias como Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) tiveram uma participação relevante na queda das distribuições. Ambas as empresas tiveram um corte nos proventos de 48,1% em 2023, segundo estudo da Elos Ayta Consultoria.empresas.

De acordo com o levantamento, 14 companhias tiveram em 2023 um dividend yield inferior a mediana registrada nos últimos três anos.

Dividendos 2023: outras companhias tiveram baixas

Wiz (WIZS3)

Maus dividendos 2023, de acordo com especialistas

Em 2023, até 26 de dezembro, a companhia registrou um dividend yield de 6,35%, abaixo da mediana de dividend yield dos últimos três anos, de 7,39%.

A queda nas distribuições apenas mascara algumas mudanças estruturais da companhia, que tem enfrentado dificuldades para rentabilizar com investimentos feitos nos últimos anos.

Copel (CPLE6)

A empresa teve um dividend yield de apenas 4,23% em 2023, abaixo da mediana de três anos de 15,68% e inferior ao dividend yield mínimo registrado desde 2020, de 4,49%.

A companhia passou por um processo de privatização, o que justificaria o impacto nos dividendos no curto prazo. No entanto, analistas enxergam que no médio prazo a Copel pode voltar a distribuir bons proventos.

Enauta (ENAT3)

A empresa enfrentou problemas com seu sistema de produção em 2023, tendo que fazer várias pausas para manutenção, o que impactou a receita e os dividendos.

Além disso, o "timing" das pausas, segundo especialistas, foi ruim. Em alguns trimestres a empresa forçava para produzir, mas o preço do petróleo estava bem baixo. Já quando o petróleo estava em alta, a produção estava parada.

Gerdau (GGBR4)

A siderúrgica registrou um retorno em proventos de 5,72% em 2023, abaixo da mediana de três anos de 12,56%.

Segundo especialistas, a Gerdau teve um impacto significativo da desaceleração do mercado chinês.

Em algumas empresas, a queda dos proventos pode ser temporária e há chances de retomada no curto prazo, apontam analistas.

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Ainda vale a pena?

Outra empresa vista como oportunidade é a mineradora Vale (VALE3), que teve um dividend yield de 6,84% em 2023, abaixo da mediana de três anos, de 9,73%.

A companhia deve se beneficiar com a melhora do preço do minério de ferro em 2024, que já alcançou US$ 140 em dezembro. Destaca-se que a companhia declarou que a produção deve continuar forte neste ano.

Vale (VALE3) com boas perspectivas

Os agentes de mercado destacam os bancos Santander (SANB11) e ABC (ABCB4), que tiveram uma queda pouco significativa nos proventos em 2023.

Bancos de varejo tiveram seu Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE) afetado pela inadimplência, o que pressionou os dividendos. Para 2024, a expectativa é de uma leve recuperação.

Setor financeiro também tem bons olhares