Lula ficará em Brasília até sexta para mais reuniões com lideranças de outros partidos

Diante das resistências à PEC da Transição, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva ficará em Brasília até sexta-feira e intensificará reuniões com lideranças de partidos que não fazem parte da base do novo governo. Os primeiros contatos estabelecidos na segunda-feira pelo petista na capital federal foram determinantes para que o texto fosse protocolado no Senado.

“O presidente tem conversado com várias bancadas, ele fica aqui até sexta-feira. Então é um processo, a gente fala de consenso progressivo. É o debate que vai construir as condições objetivas pela aprovação da PEC e do orçamento geral para 2023”, disse o líder do PT, Reginaldo Lopes (MG), durante entrevista no gabinete de transição de governo.

Presença de Lula destrava negociação da PEC

Segundo o parlamentar, a presença de Lula na capital federal destravou as negociações em torno do texto final a ser protocolado no Congresso. “É com ele que a ampla maioria das forças políticas querem conversar, debater com o presidente Lula algumas ações para 2023”, complementou.

Lopes acredita que, se as negociações avançarem, o texto poderá ser aprovado até o dia 10 de dezembro. Apesar da dificuldade habitual de o Congresso reunir alto quórum no final de ano, o deputado argumentou que não haveria problema em estender a discussão. “Acredito que se tiver convergência aprova fácil até o dia 10 [de dezembro], mas na minha opinião podemos aprovar até o final de dezembro, não vejo problema algum, ainda temos um prazo”, disse o líder.

O parlamentar, à frente do PT na Câmara, defende prazo mínimo de quatro anos de vigência na abertura do orçamento, mas admite que a proposta original poderá sofrer mudanças. “Como diz o senador Jaques Wagner, de um até quatro tem vários outros anos”, pontuou.