TRX anuncia emissão de R$ 1 bilhão em cotas do TRXF11 com retorno ao tijolo de logística
A TRX, gestora do fundo imobiliário de renda urbana TRXF11, anunciou na noite desta sexta-feira (2) a emissão de R$ 1 bilhão em cotas do FII. A oferta de novas cotas vale para investidores qualificados e será usada para a aquisição de 21 novos imóveis.
A emissão de novas cotas do TRXF11 eleva o patrimônio líquido do fundo de R$ 2 bilhões para R$ 3 bilhões, acréscimo de 50% em uma única oferta. É uma das maiores operações do tipo no ano para FIIs. Dos imóveis a serem adquiridos, a TRX espera comprar um galpão logístico no Sul, marcando sua volta ao segmento.
TRXF11 volta ao segmento de logística com nova emissão
Do R$ 1 bilhão emitido, R$ 750 milhões já estão garantidos para a compra de 21 novos imóveis, a maioria de varejo “big box”. Ou seja, lojas de varejo urbano no segmento de supermercados e de atacado, além de material de construção.
A TRX chegou a um acordo para assegurar a compra desses ativos em cotas, ancorando a oferta. A operação conta com emissão de 9,9 milhões de novas cotas, cada uma por R$ 100,34 conforme o preço unitário.
“Como estamos em um lugar privilegiado, porque a cota do TRXF11 negocia acima do valor da cota patrimonial, chegamos a acordos para a oferta nascer 75% ancorada”, disse Gabriel Barbosa, gestor de fundos imobiliários da TRX, à Inteligência Financeira.
A parte não ancorada da oferta, de R$ 250 milhões, deve ser absorvida por investidores qualificados que já são cotistas do TRXF11.
Em comunicado ao mercado, a TRX afirma que pode emitir mais R$ 250 milhões adicionais em cotas do TRXF11. Investidores institucionais parecem ter apetite para uma nova emissão de mais R$ 100 milhões, de acordo com a TRX.
A nova emissão de cotas, a décima primeira do TRXF11, traz novamente um galpão logístico para dentro da carteira de ativos do fundo imobiliário. A TRX vendeu a última instalação do tipo no quarto trimestre de 2024. E, agora, pretende usar 20% do volume emitido para comprar um centro de distribuição na Região Sul.
Barbosa afirma que o novo galpão em fase de aquisição deve corresponder entre 6% a 7% da receita total do TRXF11.
“Fizemos um contrato de 10 anos com uma das maiores empresas do mercado digital e marketplace, situado dentro de uma região logística dentro de área metropolitana”, afirma Gabriel Barbosa à Inteligência Financeira.
O foco da TRX, no entanto, continuará sendo a compra de imóveis próximos a centros urbanos.
Quem coordenou a emissão foi o BTG Pactual.
TRX quer comprar centro de diagnósticos para carteira de ‘saúde’
Cerca de 60% da oferta de R$ 750 milhões, parte ancorada, tem como destino a aquisição de lojas de varejo urbano na região metropolitana de São Paulo. Os acordos restantes envolvem três lojas de atacado no Centro-Oeste e no Norte do Brasil.
Barbosa e a TRX saíram às compras porque o ruído no cenário externo e a alta taxa de juros brasileira dificultou operações de compra e venda no varejo. Mas isso para quem tinha poucos recursos.
Assim, como a gestora tinha posição favorável pelo valor do TRXF11 no IFIX (Índice de Fundos de Investimento Imobiliário), “se colocou em vantagem”, diz o porta-voz.
“Temos as melhores oportunidades e, ao mesmo tempo, menor acesso a recursos. Como conseguimos casar esse pagamento por cotas, e nosso fundo está sendo negociado acima do valor patrimonial, fizemos aquisição mesmo neste momento (conturbado).”
Nada muda nos dividendos do TRXF11. A ideia é manter a distribuição por cota estável a R$ 0,93 ao mês.
Por fim, com a emissão bilionária, a TRX também avança no segmento a que deu pontapé com o contrato com a rede de hospitais Albert Einstein.
“A gestora passa agora a ter uma área de imóveis de saúde”, conta Barbosa. “Uma das aquisições no pipeline é de um centro de diagnósticos”, completa. Mas a área ainda é pequena na gestora, porque corresponde a 0,5% da receita total do TRXF11.
“Estamos colocando nosso pezinho no setor.”
Leia a seguir