E se houvesse uma carteira de ações resiliente e rentável? Dica: ela existe e humilha o Ibovespa

Empresas citadas na reportagem:
Todo investidor experiente sabe que, para obter retornos superiores, deve estar disposto a correr mais riscos, aplicando em ações, por exemplo. Por questões particulares, no Brasil, o Ibovespa costuma perder fácil do CDI. Ou seja: é um risco que não se paga. Mas um estudo do Itaú BBA mostra que há uma forma incomum de se sair vencedor na bolsa brasileira: apostando em ações de baixa volatilidade.
O trabalho mediu o histórico de desempenho de uma carteira selecionada de ações que variam menos do que a média do mercado, entre janeiro de 2011 e dezembro de 2024.
Para fazer parte do portfólio, as ações também tiveram que se enquadrar em outras métricas de qualidade desenvolvidas pelo BBA, como de lucratividade da empresas e criação de valor para os acionistas.
Os analistas usaram também a teoria do momentum, usada pela equipe em outros levantamentos sobre performance de ações brasileiras. Resumidamente, a teoria do momentum defende que as tendências de desempenho passado das ações tendem a persistir no curto prazo.
Somados, esses ingredientes levaram à criação do Itaú BBA Quant Blended Low Volatility (IQVL), um índice de qualidade e baixa volatilidade. A carteira foi sendo atualizada com o tempo, assim como acontece com o próprio Ibovespa.
O resultado? O IQVL teve um retorno acumulado de 493%, quase sete vezes o Ibovespa, que subiu 71,9% no período, entre janeiro de 2011 e dezembro de 2024.
Enquanto isso, o CDI acumulou rentabilidade de 250%.

“A baixa volatilidade funciona”, concluiu a equipe de estratégia em ações do Itaú BBA, sob liderança de Daniel Gewehr.
“E quanto maior o período de investimento, maior a probabilidade de o portfólio superar o Ibovespa e o CDI”, acrescenta o documento.
Setores mais frequentes no índice de valor e baixa volatilidade
Uma das conclusões do trabalho é de que os ativos mais frequentes na carteira são quase sempre também os das empresas que dão maiores retornos aos acionistas.
Por setores, os que mais apareceram no portfólio foram as concessionárias de serviços públicos, financeiro e de bens de consumo básicos. Na outra ponta, os segmentos menos frequentes foram indústria, materiais básicos e bens de consumo discricionário.
Individualmente, as ações mais recorrentes no índice foram Engie Brasil (EGIE3), Ambev (ABEV3), Equatorial (EQTL3), Porto (PSSA3), CPFL Energia (CPFE3) e Itaúsa (ITSA4).
Atualmente, contudo, os ativos que a equipe do Itaú BBA diz ter preferência é formado por: Alupar (ALUP11), Klabin (KLBN11), Copel (CPLE6), Sabesp (SBSP3), Orizon (ORVR3) e Multiplan (MULT3).
A B3 também tem seu próprio índice de volatilidade de ações, que é atualizado mensalmente.
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