‘Bitcoin não é ouro digital’, diz Guto Antunes, do Itaú

Embora há momentos em que os dois ativos se movem na mesma direção, devido a grandes eventos globais, isso não é a regra, diz head de ativos digitais do Itaú

O bitcoin é o ouro digital, como se convencionou dizer por ai? Para Guto Antunes, head de ativos digitais do Itaú, isso é lenda. O bitcoin pode, sim, apimentar o portfólio. Mas dizer que ele é descorrelacionado com o mercado de renda variável, não é verdade.

“Há tempos que eu digo que o bitcoin tem correlação maior com a Nasdaq (bolsa americana que reúne as empresas de tecnologia). O pessoal falava que eu era louco. Mas tá ai”, afirmou.

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Guto Antunes participou de um painel sobre o mercado de criptomoedas durante o Web Summit Rio 2025. A conversa foi conduzida por Renato Jakitas, jornalista da Inteligência Financeira.

Recentemente, um relatório divulgado recentemente pela gestora norte-americana Franklin Templeton abordou essa questão. A equipe de ativos digitais da Franklin analisou três anos de dados e descobriu que a correlação de preço entre Bitcoin e ouro é fraca.

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A pesquisa mostrou que a correlação do bitcoin com o ouro raramente ultrapassa 0,3 em períodos contínuos de 90 dias, o que significa que os dois ativos geralmente se movimentam de forma independente.

Em vez disso, o bitcoin demonstrou uma correlação muito mais forte e crescente com o índice de ações Nasdaq, chegando a 0,7 nos últimos três anos. Isso sugere que o comportamento do bitcoin acompanha mais de perto as ações de tecnologia do que o ouro.

Ainda segundo o estudo da Franklin Templeton, vários fatores explicam a divergência entre a variação de preços do bitcoin e do ouro.

Bitcoin x ouro

O ouro tem uma adoção institucional de longa data, liquidez profunda e uma estrutura de mercado robusta desenvolvida ao longo de séculos.

Já o bitcoin, por outro lado, entrou recentemente em carteiras institucionais e continua influenciado por dinâmicas emergentes, como mudanças regulatórias, inovação tecnológica e fluxos especulativos.

Embora tenha havido breves períodos em que o bitcoin e o ouro se moveram em conjunto, geralmente durante choques macroeconômicos, esses episódios foram mais a exceção do que a regra.

O relatório da Franklin argumenta ainda que a natureza inerentemente volátil e tecnológica do bitcoin limita sua utilidade como substituto do ouro em carteiras diversificadas.

Na última semana, o bitcoin apresentou alta volatilidade, em grande parte em resposta ao anúncio de tarifas abrangentes pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O anúncio abalou os mercados acionários globais.

Apesar dos primeiros sinais de desalinhamento, o bitcoin continua sendo negociado em linha com as ações de tecnologia.

Após cair brevemente abaixo de US$ 80.000 no dia 10 de abril, com a intensificação do conflito comercial entre os Estados Unidos e a China, o criptoativo operava em alta na segunda-feira (28), sendo negociado acima dos US$ 95 mil por unidade.

A criptomoeda superou os US$ 95 mil pela primeira vez desde 24 de fevereiro na última sexta (25) e oscilou próximo a esse patamar durante o fim de semana.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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