Morgan Stanley eleva exposição em ações do Brasil; veja os papéis preferidos pelo banco

- O Morgan Stanley elevou sua exposição em ações brasileiras, passando de underweight para equal weight.
- O banco adicionou ações de serviços financeiros (Itaú, XP, BTG Pactual) e de energia (Eletrobras).
- A decisão se baseia em expectativas de mudanças na política interna e queda nos juros.
- Apesar do otimismo, o Morgan Stanley aponta riscos com tarifas e desaceleração global.
Empresas citadas na reportagem:
O Morgan Stanley elevou, na quarta-feira (9), a sua exposição em Brasil dentro de sua carteira de investimentos para a América Latina. O banco americano passou de underweight (retorno esperado da ação abaixo do índice de referência em um prazo de até 18 meses) para equal weight (retorno em linha com a média do índice).
A revisão equivale à promover algumas ações brasileiras na carteira de alocação de grandes investidores.
Os estrategistas do Morgan Stanley adicionaram em sua carteira ações de serviços financeiros e utilities (energia e saneamento), caso de BTG Pactual (BPAC11), Itaú (ITUB4), XP (XPBR31) e Eletrobras (ELET3).
“O Brasil poderia se beneficiar de uma mudança na política interna e os incentivos agora parecem estar aumentando”, afirma o Morgan Stanley em nota.
O banco destaca ainda que os juros globais e locais mais baixos são positivos para as ações com foco doméstico.
Morgan Stanley destaca quatro ações brasileiras em relatório
O banco de investimentos escolheu se expor a “teses de digitalização, energia, agricultura e nearshoring“, que chama de seculares.
Dois ADRs (Recibos de Depósitos Americanos, na sigla em inglês) e duas ações brasileiras do Ibovespa aparecem no relatório que aumenta a recomendação para investir no País.
Itaú Unibanco (ITUB), XP (XP) e BTG Pactual (BPAC11) são os destaques do Morgan Stanley no Brasil.
Fora instituições financeiras, o banco sugere a Eletrobras (ELET3) como queridinha no setor de energia.
No relatório, o banco afirma que o Brasil “pode atravessar uma mudança política monetária”, porque há, hoje, incentivos para baixar a Selic. Ações sensíveis à economia doméstica podem se beneficiar de juros globais e locais mais baixos, argumentam os estrategistas do Morgan Stanley.
O mercado antevê uma interrupção do ciclo de alta da Selic a partir do segundo semestre.
Alguns bancos, como o Bradesco, preveem inclusive que a taxa termine 2025 em 14,75%, diferente da estimativa de 15% do Boletim Focus.
“O dólar mais fraco é um vento de cauda para todo este cenário”, disseram Nikolaj Lippman, Juan Alaya e Juliana Nogueira, analistas do Morgan Stanley para o Brasil.
Banco levanta risco com tarifas e desaceleração global
A recomendação de “ficar líquido” em posições na América Latina é outro ponto de destaque do relatório. Ele não vem à toa.
Apesar do recuo sobre tarifas recíprocas, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, manteve a barra mínima em 10%.
O benefício para o Brasil veio da taxa sobre aço e alumínio, que baixou de 25% para 10%, de acordo com a Casa Branca.
O Morgan Stanley, contudo, ainda vê risco para o País com as tarifas em jogo. Primeiro, porque as taxas devem pressionar preços de commodities como petróleo.
Em segundo lugar, aumenta-se o risco de desaceleração da economia global.
Assim, os três analistas do Morgan Stanley dizem que “energia e agricultura são pilares” da tese do banco para investir em ações no Brasil e na Argentina.
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