Tesouro IPCA+ 2025 vence agora: vale reinvestir em LCI e LCA? Veja vantagens e desvantagens

O mês de maio vem aí, e com ele dois momentos importantes para os investidores. Primeiro, a reunião do Comitê de Políticas Monetárias (Copom), nos dias 6 e 7, para decidir os novos rumos da taxa de juros. Segundo, o pagamento do Tesouro IPCA+ 2025, no dia 15. Para quem vai receber o valor aplicado no título, vale reinvestir esse valor. Para quem pensa em migrar para LCI e LCA é preciso saber que essas opções possuem vantagens e desvantagens no comparativo com o Tesouro Direto IPCA.
Vale saber, aliás, que no encontro do Copom para decidir a Selic, as projeções indicam elevação da taxa de juros em 0,50 p.p. ou 0,75 p.p.. E isso, claro, deve ser considerado na hora de reinvestir o dinheiro.
Calculadora de Renda Fixa da Inteligência Financeira ajuda na comparação entre ativos |
Para ter uma ideia da taxa de retorno entre os ativos, uma ótima dica é acessar a Calculadora de Renda Fixa da Inteligência Financeira. Por lá, é possível verificar os rendimentos não só de LCI e LCA e Tesouro Direto, mas também CDB, LC e ETF. |
“Para quem recebe o vencimento do Tesouro IPCA+ 2025 agora em maio, é muito importante pensar estrategicamente na alocação do novo investimento. Não basta apenas buscar a maior taxa. Também vejo como essencial alinhar a aplicação aos objetivos de médio e longo prazo. Assim como saber mais sobre LCI e LCA e suas vantagens e desvantagens”, comenta Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos.
Mas por que LCI e LCA podem ser boas opções?
O especialista conta que com a expectativa de aumento da Selic na próxima reunião do Copom, os produtos de renda fixa atrelados ao CDI tendem a se beneficiar. Como, aliás, já ocorre atualmente.
“E geralmente LCIs e LCAs oferecem taxas pós-fixadas ou prefixadas atreladas ao CDI. Como são isentas de Imposto de Renda para pessoas físicas, a rentabilidade líquida dessas aplicações pode se tornar muito atraente em comparação a outros investimentos tributáveis, como o próprio Tesouro Direto IPCA+”, afirma o especialista.
Inclusive, Jeff Patzlaff, planejador financeiro e especialista em investimentos, acredita que com a Selic elevada e a expectativa de taxa alta por mais tempo, “as LCIs e LCAs pós-fixadas estão pagando bem para o curto e médio prazo. Além de não terem tanta oscilação na marcação a mercado.”
LCI e LCA: vantagens e desvantagens sobre o Tesouro IPCA+
Mas antes de decidir se vale a pena ou não reinvestir o dinheiro que vem do Tesouro IPCA+ 2025 nas letras de crédito, é importante entender as vantagens e desvantagens da LCI e LCA.
Vantagens da Letras de Crédito Imobiliárias e do Agronegócio
Tanto para Patzlaff quanto para Lima, o principal benefício da LCI e LCA em relação ao Tesouro Direto IPCA está na isenção de IR.
“Afinal, enquanto o Tesouro IPCA+ sofre tributação regressiva (com alíquotas de 22,5% a 15%), as LCIs e LCAs são isentas de Imposto de Renda. E isso aumenta a rentabilidade líquida”, diz o analista da Ouro Preto.
Tabela regressiva de IR para alguns investimentos da renda fixa | |
Prazo | Alíquota sobre rendimentos |
Até 180 dias (6 meses) | 22,5% |
De 181 a 360 dias (de 6 meses a 1 ano) | 20% |
De 361 a 720 dias (de 1 a 2 anos) | 17,5% |
Acima de 720 dias (2 anos) | 15% |
Além disso, assim como o Tesouro, as LCIs e LCAs também são investimentos considerados seguros. Isso porque contam com o suporte do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para valores até R$ 250 mil por CPF por instituição, limitado a R$ 1 milhão a cada quatro anos.
LCI e LCA: desvantagens das Letras de Crédito
Mas há o lado negativo das LCIs e LCAs na comparação com o Tesouro IPCA+.
A começar pela liquidez. “Afinal, boa parte das letras de crédito exige prazos mínimos de carência (de 9 meses), durante os quais o investidor não pode resgatar o dinheiro. O que pode então limitar a flexibilidade. Já o Tesouro IPCA+ pode ser vendido no mercado secundário a qualquer momento (embora sujeito a marcação a mercado)”, argumenta Sidney Lima.
Outra desvantagem é que, dependendo do emissor e do cenário econômico, o risco de crédito pode ser um pouco maior em comparação com um título soberano do Tesouro Nacional. “Além disso, em LCIs e LCAs prefixadas, por exemplo, o investidor pode ficar travado em uma taxa que se torne pouco atraente caso o ambiente de juros continue subindo”, fala o analista da Ouro Preto.
De olho na rentabilidade líquida
E na hora de avaliar em termos de taxas de retorno, é muito importante entender a rentabilidade líquida dos ativos. Afinal de contas, como dito pelos especialistas, a rentabilidade líquida da LCI e LCA pode ser mais vantajosa na comparação com o Tesouro Direto IPCA. Isso por conta do Imposto de Renda.
De acordo com os profissionais entrevistados, atualmente, as LCIs e LCAs pós-fixadas estão sendo ofertadas com rentabilidades que variam entre 80% e 95% do CDI. Isso a depender do prazo e da instituição financeira. Já as prefixadas podem variar de 10,5% a 11,5% ao ano em prazos de 2 a 3 anos.
No caso do Tesouro IPCA+, as taxas praticadas nos vencimentos mais longos (como 2040 ou 2050) estão ao redor de IPCA + 7,14% e 7,33% ao ano. Já o Tesouro IPCA+ com vencimento em 2029, que é o mais curto atualmente negociado, está na casa de IPCA + 7,41% ao ano.
“Então, por exemplo, o Tesouro IPCA+ 2029 com IPCA+7,41% e IR de 15% gera rendimento líquido de 10,96% (considerando IPCA de 5,48% ao ano). O que é inferior a uma LCA pagando 93,50% do CDI, que tem um rendimento de 13,32% (considerando CDI em 14,25% ao ano)”, calcula o planejador financeiro Jeff Patzlaff.
Diversificar sempre
E além de ficar atento à taxa paga no fim do vencimento, também é importante não concentrar todo o valor em um único tipo de ativo.
“Uma combinação entre LCI e LCA pós-fixadas (para liquidez e isenção de IR) e uma parcela de Tesouro IPCA+ com prazo mais longo (para proteger o poder de compra e garantir renda real no futuro), por exemplo, pode ser uma estratégia muito interessante para diversificar e reduzir riscos”, ensina Sidney Lima.
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