Tesouro Prefixado ganha destaque com possível recessão no radar, diz Itaú BBA

Atratividade do Tesouro Prefixado aumenta porque antecipa queda da inflação a partir de guerra comercial; entenda recomendação do Itaú BBA

A chance de uma recessão mundial provocada pela disputa comercial entre China e Estados Unidos, com tarifas cada vez mais altas de importação, leva o mercado a antecipar o fim do ciclo de juros no Brasil.

Nesse cenário, o Itaú BBA orienta, em suas recomendações aos investidores, aplicar na renda fixa. Segundo o banco, aportes no Tesouro Prefixado apresentam retornos atrativos, para títulos com vencimento de até três anos, em meio à incerteza global.

Para prazos maiores, o banco acredita nos retornos do Tesouro IPCA+.

O BBA destaca que, a partir de 2026 e passado o pico da Selic em 15%, previsto pelo mercado até o final do ano, a taxa deve recuar para patamares mais brandos, de cerca de 14%.

Assim, descreve Lucas Queiroz, estrategista do Itaú BBA, o melhor título para um horizonte de investimento superior a 2 anos é o Tesouro Direto Prefixado 2028.

Medo de recessão aumenta atratividade do Tesouro Prefixado

As tarifas de Trump, anunciadas na última quarta-feira (2), inauguraram uma discussão até então dormente no mercado: recessão global a partir da queda de economias como a China, além dos Estados Unidos.

O temor de uma desaceleração global levou o mercado a antecipar o fim de altas na Selic. Mas as tarifas podem fazer com que o Banco Central do Brasil corte a taxa de juros antes cedo do que mais tarde, afirma o Itaú BBA.

Neste cenário, o banco entende que a renda fixa prefixada, com prazo de 3 anos, se torna ainda mais atrativa. Afinal, quando o investidor compra um título do Tesouro Prefixado, se a taxa de juros não sobe acima da contratada, ele ganha retorno maior.

“A precificação de que a taxa Selic alcançará patamar ao redor de 15% ao ano em 2025, se mantendo acima de 14% ao ano nos anos subsequentes, gera atratividade aos títulos prefixados de prazo intermediário”, pontuou Queiroz.

As tarifas, sobretudo, podem levar o BC a diminuir o tom mais duro na política monetária, afirma Queiroz.

“Agora, com a intensificação do risco de desaceleração global, o mercado começa a trabalhar com a hipótese de que o ciclo pode ser encerrado mais cedo do que se previa. Ou, ao menos, evita projeções ainda mais agressivas sobre a postura do Copom”, disse o analista.

Para Queiroz, a queda prevista para a economia global, somada à baixa nos preços de petróleo, encomenda uma queda mais rápida da inflação no Brasil. Esse viés “pode se dissipar com maior rapidez” afirma Queiroz.

Assim, o Itaú BBA entende que a inflação deve ser mais branda em 2026. E, portanto, a Selic deve seguir o mesmo caminho. O que aumenta a atratividade do Tesouro Prefixado 2028.

No longo prazo, banco continua apostando em IPCA+

A investidores com horizonte de longo prazo, o Itaú BBA recomenda investir no Tesouro IPCA+ 2040.

A instituição se diz otimista com a alocação para títulos do tipo com vencimento de 5 anos ou mais.

Queiroz afirma que o Tesouro IPCA+ segue como “principal veículo” para capturar a expectativa de desinflação antevista pelo Itaú BBA. E, de acordo com ele, “sem abrir mão de proteção contra a inflação”, caso ela suba.

“Os prêmios reais embutidos continuam elevados, e a inflação implícita já precifica parte significativa
dos riscos fiscais (do Brasil)”, explicou.

O rendimento acumulado pelo carregamento da posição (carrego) em Tesouro IPCA+ continua imbatível para o investidor de renda fixa. O banco cita essa atratividade junto ao cenário de possível queda de juros como argumento para comprar o título no longo prazo.

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