Onde investir na renda fixa em maio? Veja as melhores opções e o que se destacou em abril
Com juros ainda elevados, a renda fixa continua oferecendo boas oportunidades para o investidor. Em maio, o cenário pede escolhas criteriosas, e ativos específicos se destacam tanto para quem busca segurança quanto ganhos um pouco acima da média. A seguir, veja onde investir e o que ficou entre os destaques da renda fixa em abril.
Onde investir na renda fixa em maio
Para maio, especialistas recomendam foco nos títulos pós-fixados e nos indexados à inflação, além de opções específicas entre CDBs, LCIs e fundos.
Segundo Josias Bento, da GT Capital, fundos de renda fixa indexados ao CDI, principalmente aqueles com prazo de resgate D+30 e gestão ativa, surgem como boas escolhas.
“A gestão ativa permite ao gestor buscar oportunidades com o fechamento de curva de juros, potencializando ganhos”, explica. Além disso, Bento destaca que há fundos de renda fixa com isenção de IR para pessoa física, o que melhora o retorno líquido. A única ressalva é a de que fundos, diferentemente de CDBs ou LCIs, não contam com a proteção do FGC.
Bento também recomenda atenção às LCIs e LCAs pré-fixadas de médio prazo, que seguem oferecendo taxas de dois dígitos em maio, com isenção de IR e garantia do FGC, sendo uma boa alternativa para investidores mais conservadores.
Filipe Arend, head de renda fixa da da Faz Capital, reforça a preferência pelos pós-fixados curtos, especialmente títulos isentos, que mantêm boa rentabilidade líquida no atual nível de Selic.
Para prestar atenção |
A próxima reunião do Comitê de Política Monetária, o Copom, ocorre nos próximos dias 6 e 7 de maio. A taxa atual de juros, definida em 14,75% ao ano, deve ser elevada mais uma vez. Ainda há certa indefinição em torno do tamanho do aumento. |
“Para uma alocação mais estrutural na carteira, vejo oportunidades em títulos híbridos atrelados ao IPCA, como o Tesouro IPCA+, que mesmo sofrendo variações no curto prazo, preservam poder de compra e entregam uma relação risco-retorno interessante no médio e longo prazo”, ressalta Arend.
Na mesma linha, Guilherme Almeida, da Suno Research, destaca preferência por Tesouro Selic e Tesouro IPCA+, considerando o cenário de juros altos por um período prolongado.
Para investidores dispostos a carregar a opção até o vencimento, ele também cita espaço para uma pequena parcela em prefixados, mas com atenção ao risco de mercado, dado que esses títulos são mais sensíveis às oscilações de juros.
Quando o assunto resvala nos ativos privados, Almeida orienta cautela: mesmo que debêntures e outros papéis ofereçam remunerações mais altas, o risco também aumentou com o ambiente de juros elevados. Avaliar o emissor, os spreads e a qualidade do crédito são fatores fundamentais neste tipo de investimento.
Onde investir na renda fixa em maio | ||
Ativo | Características | Observações |
Fundos de renda fixa (CDI, gestão ativa, D+30) | Possibilidade de isenção de IR, sem FGC | Preferir fundos com gestão ativa e liquidez programada |
LCI e LCA Pré-fixadas (médio prazo) | Taxas ainda em dois dígitos, isentos de IR, garantidos pelo FGC | Boa alternativa para investidores conservadores |
Títulos pós-fixados curtos (Tesouro Selic, CDB e CDI) | Alta liquidez, proteção contra oscilações de juros, boa rentabilidade líquida | Úteis como reserva de oportunidade e proteção |
Títulos Híbridos (Tesouro IPCA+) | Proteção contra inflação, ideal para médio e longo prazos, sensível no curto prazo | Taxas historicamente atrativas apesar de queda recente |
Prefixados (Tesouro Prefixado) | Sensíveis às oscilações de juros, interessantes para carregar até o vencimento | Alocar pequena parte do portfólio. Risco de mercado maior |
O que se destacou na renda fixa em abril
Abril foi um mês positivo para a renda fixa, especialmente para os títulos públicos prefixados. Segundo Filipe Arend, o Tesouro Prefixado 2029 valorizou cerca de 4,67% no mês, beneficiado pela forte queda nas taxas futuras – de 14,93% para 13,78% ao ano. Isso reforça a lógica inversa da renda fixa: quando as taxas caem, os preços dos títulos sobem.
Guilherme Almeida confirma o movimento: os títulos públicos prefixados valorizaram 2,21% no mês, com destaque para os papéis de duration acima de um ano, que chegaram a subir 2,84%. Os pós-fixados também seguiram sólidos, com alta de 0,79%, sustentados pelo patamar elevado da Selic.
No campo dos títulos indexados à inflação, houve valorização de 0,76% até 23 de abril. Embora o ganho tenha sido menor, esses ativos continuam interessantes para estratégias de preservação de poder de compra no longo prazo.
Entre os títulos privados, os de melhor desempenho foram aqueles atrelados ao IPCA, mas o ambiente de juros altos impõe mais risco. A orientação dos especialistas é que, embora a renda fixa privada possa oferecer retornos superiores, é necessário redobrar o cuidado na análise de crédito e no perfil do emissor.
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