Investir R$ 100 mil na renda fixa hoje pode fazer valor dobrar em cinco anos e meio
Investir R$ 100 mil na renda fixa atualmente pode fazer esse valor dobrar em cinco anos e meio. E tudo isso graças a atual taxa de juros, a Selic. De acordo com especialistas ouvidos pela Inteligência Financeira, para esse período de 67 meses, o CDI – que acompanha bem de perto a Selic e é a taxa de retorno da maioria dos ativos da renda fixa – teria de ficar em torno de 14,90% ao ano.
“Essa taxa, aplicada em juros compostos durante cinco anos (e meio), resultaria em uma rentabilidade acumulada de 100,26%. Ou seja, levando os R$ 100 mil a aproximadamente R$ 200,2 mil”, calcula Vitor Cabral Cesar, especialista em renda fixa da Acqua Vero.
Onde investir R$ 100 mil na renda fixa
Para Leandro Lopes, sócio fundador da Septem Capital, somente com títulos prefixados é possível ter essa previsibilidade do tempo para dobrar o valor investido. “Afinal de contas, esses títulos já indicam ao investidor, no momento da aplicação, qual será o seu rendimento. Mas isso desde que respeitado o prazo determinado pelo investimento”, afirma.
E uma das melhores opções, de acordo com Braian Largura, sócio do escritório VNT Investimentos, são os títulos públicos prefixados, como o Tesouro Prefixado 2029 ou 2031.
“Atualmente, esses ativos oferecem taxas superiores a 15% ao ano e possuem a garantia do governo Federal. (Portanto, o risco de não pagamento do título só ocorreria se o País quebrasse, o que é bastante difícil de acontecer). Vale lembrar que o investimento tem incidência de Imposto de Renda seguindo a tabela regressiva, com alíquota mínima de 15% para aplicações acima de dois anos”, lembra o especialista.
Tabela regressiva de IR para investimentos da renda fixa | |
Prazo | Alíquota sobre os rendimentos |
Até 180 dias (6 meses) | 22,5% |
De 181 a 360 dias (de 6 meses a 1 ano) | 20% |
De 361 a 720 dias (de 1 a 2 anos) | 17,5% |
Acima de 720 dias (2 anos) | 15% |
Para se ter uma ideia, se o investidor deixar mais dois anos o investimento rendendo, teria o acréscimo de R$ 30 mil de retorno. “Um título com vencimento em 01/01/2032 apresenta rendimento anual de 15,07%. Quem aplicar R$ 100 mil hoje terá, no vencimento do título, aproximadamente R$ 230 mil já líquidos de impostos”, analisa Leandro Lopes, sócio fundador da Septem Capital.
Certificado de Depósito Bancário também é boa opção
Outra alternativa são os CDBs prefixados. “Para prazos de cinco anos, há CDBs de diferentes emissores oferecendo taxas de até 15,40% ao ano. O que corresponde a uma rentabilidade acumulada de 104,66% e um montante final de R$ 204,6 mil”, comenta Vitor Cesar.
A vantagem do CDB é que, diferentemente dos ativos do Tesouro, ele possui a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para investimentos de até R$ 250 mil por CPF e instituição, o que garante uma camada extra de segurança. Mas aqui também tem a cobrança de IR regressivo.
Letras de Crédito para quem não quer pagar Imposto de Renda
Já para o investidor que quer fugir do IR, as LCIs e LCAs podem ser uma excelente escolha. “Algumas dessas Letras de Crédito estão pagando taxas líquidas próximas a 13% ou 14% ao ano, o que equivale a um CDB de 15% ao ano após impostos. E, assim como os CDBs, contam com a proteção do FGC”, diz Largura.
Debêntures para investir R$ 100 mil e dobrar o valor
O sócio da VNT Investimentos conta ainda que é possível investir R$ 100 mil e dobrar o valor em cinco anos e meio ao aplicar em debêntures incentivadas. “Esses ativos também são isentos de imposto de renda e podem oferecer retornos bastante atrativos, especialmente em setores como infraestrutura e energia. No entanto, aqui há um risco maior, pois não contam com a proteção do FGC”, pondera.
E os pós-fixados?
É importante destacar que os 14,90% ao ano por cinco anos representam uma expectativa atual de mercado, que pode diferir significativamente da realidade futura. “As projeções do Boletim Focus, por exemplo, indicam taxas mais baixas para os próximos anos — CDI de 12,40% em 2026, 10,40% em 2027 e 9,90% em 2028. Assim, para quem busca exclusivamente dobrar o capital, a opção prefixada oferece maior previsibilidade”, explica Vitor Cesar, da Acqua Vero.
Isso porque, como bem se sabe, os títulos pós-fixados, por exemplo, seguem as oscilações da taxa de juros. Por isso, nesse período de 67 meses, como as projeções são de a taxa básica diminuir, dobrar o montante de R$ 100 mil em cinco anos não seria possível. Portanto, o foco fica nos ativos prefixados.
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