Crédito privado: o que saber antes de investir em empresas de papel e celulose
A chegada de mais de um milhão de toneladas de celulose no mundo pode pressionar os preços e empresas como Suzano e Klabin, diz o Itaú BBA
A entrada em operação de novas capacidades relevantes no mercado internacional pode pressionar os preços da celulose ao longo de 2025, na contramão do que ocorre nos últimos meses, aponta o Itaú BBA em relatório sobre investimento em crédito privado.
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Nos próximos meses começam a chegar ao mercado a produção do Projeto Cerrado, da Suzano, o Projeto Mapa, da chilena Arauco, e expansões na China, gerando excedente estimado em 1,4 milhão de toneladas de celulose até o fim do ano.
Suzano e Klabin começaram 2025 subindo preços para clientes, refletindo um cenário de demanda saudável. Isso no Brasil e no exterior. Porém, incertezas diante da guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos podem nublar o cenário.
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Além disso, a entrada em operação de novas capacidades relevantes, como o Projeto Cerrado, da Suzano, o Projeto Mapa, da chilena Arauco, e expansões na China também podem pressionar os preços.
De todo modo, apesar dos juros elevados, segundo o Itaú BBA, as métricas de crédito das duas podem se favorecer dado o atual ciclo em que se encontram as empresas.
Isso porque, com a conclusão dos principais projetos de expansão, as empresas sinalizam uma transição para um ciclo de menor investimento, e isso tende a liberar fluxo de caixa para redução de dívida.
Klabin
A alavancagem financeira vinha sendo o principal foco do mercado, após subir de 3,3 para 3,9 vezes o Ebitda, ainda dentro da faixa da política financeira, mas no teto. A gestão respondeu com um plano claro de desalavancagem via geração de caixa, adiando novos investimentos até 2026.
A maior transparência, com projeções detalhadas de volume, preços e metas financeiras, foi bem recebida pelo mercado.
A Klabin mantém perfil de crédito sólido, sustentado por portfólio integrado, posição de liquidez robusta e base de ativos florestais com geração recorrente de valor, disse o BBA.
Suzano
A conclusão do projeto Cerrado, em 2024, pôs fim ao ciclo de grandes investimentos, e os gastos no setor devem se normalizar neste ano.
A posição de liquidez na virada para 2025 somava R$ 30,3 bilhões, ante R$ 10,5 bilhões em vencimentos de curto prazo. A dívida bruta totalizou R$ 101,4 bilhões, com 82% em moeda estrangeira, estrutura de longo prazo, vencimentos concentrados a partir de 2029 e prazo médio de 73 meses.
A alavancagem recuou de 3,1 para 2,9 vezes em dólares.
O foco atual dos analistas é que o aumento dos preços da celulose favoreça a maior geração de caixa e que a entrega do Projeto Cerrado e a disciplina na alocação de capital sustentem uma desalavancagem financeira gradual.