Crédito privado: o que saber antes de investir em empresas de papel e celulose

A chegada de mais de um milhão de toneladas de celulose no mundo pode pressionar os preços e empresas como Suzano e Klabin, diz o Itaú BBA

A entrada em operação de novas capacidades relevantes no mercado internacional pode pressionar os preços da celulose ao longo de 2025, na contramão do que ocorre nos últimos meses, aponta o Itaú BBA em relatório sobre investimento em crédito privado.

A Inteligência Financeira fez um resumo de relatório do Itaú BBA com 50 empresas de 15 setores; confira.

Pensando em como gastar menos para investir mais? Inscreva-se agora e tenha acesso gratuito à 'Planilha de Controle Financeiro'. É só baixar e começar!

Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

Nos próximos meses começam a chegar ao mercado a produção do Projeto Cerrado, da Suzano, o Projeto Mapa, da chilena Arauco, e expansões na China, gerando excedente estimado em 1,4 milhão de toneladas de celulose até o fim do ano.

Suzano e Klabin começaram 2025 subindo preços para clientes, refletindo um cenário de demanda saudável. Isso no Brasil e no exterior. Porém, incertezas diante da guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos podem nublar o cenário.

Últimas em Renda fixa

Além disso, a entrada em operação de novas capacidades relevantes, como o Projeto Cerrado, da Suzano, o Projeto Mapa, da chilena Arauco, e expansões na China também podem pressionar os preços.

De todo modo, apesar dos juros elevados, segundo o Itaú BBA, as métricas de crédito das duas podem se favorecer dado o atual ciclo em que se encontram as empresas.

Isso porque, com a conclusão dos principais projetos de expansão, as empresas sinalizam uma transição para um ciclo de menor investimento, e isso tende a liberar fluxo de caixa para redução de dívida.

Klabin

A alavancagem financeira vinha sendo o principal foco do mercado, após subir de 3,3 para 3,9 vezes o Ebitda, ainda dentro da faixa da política financeira, mas no teto. A gestão respondeu com um plano claro de desalavancagem via geração de caixa, adiando novos investimentos até 2026.

A maior transparência, com projeções detalhadas de volume, preços e metas financeiras, foi bem recebida pelo mercado.

A Klabin mantém perfil de crédito sólido, sustentado por portfólio integrado, posição de liquidez robusta e base de ativos florestais com geração recorrente de valor, disse o BBA.

Suzano

A conclusão do projeto Cerrado, em 2024, pôs fim ao ciclo de grandes investimentos, e os gastos no setor devem se normalizar neste ano.

A posição de liquidez na virada para 2025 somava R$ 30,3 bilhões, ante R$ 10,5 bilhões em vencimentos de curto prazo. A dívida bruta totalizou R$ 101,4 bilhões, com 82% em moeda estrangeira, estrutura de longo prazo, vencimentos concentrados a partir de 2029 e prazo médio de 73 meses.

A alavancagem recuou de 3,1 para 2,9 vezes em dólares.

O foco atual dos analistas é que o aumento dos preços da celulose favoreça a maior geração de caixa e que a entrega do Projeto Cerrado e a disciplina na alocação de capital sustentem uma desalavancagem financeira gradual.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


Últimas notícias

VER MAIS NOTÍCIAS