Crédito privado: o que saber antes de investir em empresas de educação
Empresas citadas na reportagem:
Empresas do setor de educação, como Yduqs e Cogna, devem se beneficiar de discussões para reformulação do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES) e a possível criação de um ‘FIES Social’, com foco em estudantes de baixa renda, afirmou o Itaú BBA em relatório sobre investimento em crédito privado.
Além disso, a continuidade de programas públicos de estímulo à formação médica pode favorecer a expansão da vertical de saúde, ajudando indicadores financeiros.
Porém, o ambiente de juros elevados pode prejudicar a renda da base da pirâmide dos alunos.
A concorrência segue relevante, porém racional. “Com estrutura de capital mais sólida e operações mais enxutas, os grandes grupos têm vantagem competitiva para consolidar o mercado, seja via crescimento orgânico, seja por aquisições pontuais de ativos regionais ou edtechs“, afirmam os analistas em relatório sobre o perfil das emissoras de crédito privado.
O ambiente de crédito mais favorável no País e a melhora na percepção de risco devem continuar apoiando emissões e refinanciamentos em condições vantajosas.
As companhias líderes em educação estão mostrando capacidade de adaptação, geração de valor e compromisso com sustentabilidade financeira.
Em resumo, o rebalanceamento do portfólio das companhias em 2024 confere bases mais sólidas para recuperação de margens mais elevadas e maior geração de caixa, com as empresas comprometidas em se desalavancar.
Os analistas do BBA frisam como pontos positivos a redução do endividamento financeiro e a maior eficiência operacional de Cogna e Yduqs.
Crédito privado: Yduqs
A dona das marcas Estácio, Ibmec e Damásio atende mais de 1,3 milhão de alunos no País. Com crescimento das receitas (+4% em 2024), a Yduqs conseguiu estabilizar a dívida, refletindo também a gestão disciplinada do capital. Assim como a rival Cogna, a Yduqs diminuiu os indicadores de inadimplência.
O foco da companhia em segmentos premium e híbridos suporta a manutenção de um bom perfil
de crédito, segundo análise do BBA.
O índice dívida líquida/Ebitda recuou de 2,1 para 2 vezes em 2024. O caixa era suficiente para
cobrir os vencimentos de curto prazo. A companhia não possui amortizações relevantes em 2025.
Crédito privado: Cogna
Dentre os pontos positivos, a Cogna concluiu sua reestruturação e volta a crescer. Ela também reduziu sua alavancagem financeira de 1,83 vez para 1,35 vez no ano passado.
“A Cogna apresenta bom perfil de crédito, sustentado pela maior geração de caixa, redução da alavancagem e posição de liquidez confortável frente ao cronograma de vencimentos”, resume o BBA.
A queda da alavancagem em 2024 levou ao menor patamar desde 2018 e a posição de caixa cobre com folga os compromissos de curto prazo.
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