Quais são as cinco principais ações da Europa? Como investir nelas?

Confira quais são e o que fazem as cinco ações da Europa mais negociadas atualmente

Empresas citadas na reportagem:

Você já considerou diversificar a carteira investindo nas ações mais importantes da Europa? E será que vale a pena comprar esses papéis neste momento? Para entender se temos ou não uma oportunidade para investidores brasileiros, a Inteligência Financeira conversou com Henrique Vasconcellos, sócio e analista de ações da Nord Investimentos.

“Hoje, as cinco empresas mais negociadas na Europa por valor de market cap são SAP, Novo Nordisk, Louis Vuitton, ASML e a Hermès”, lista o especialista. E será que vale a pena investir nesses papéis estando no Brasil? Para responder, Henrique faz uma pequena análise de cada empresa.

Análise das 5 principais empresas europeias e suas oportunidades de investimento

Empresa Market Cap (US$ bilhões) Negociação Vale investir? Observações
SAP 313,33 BDR (SAPP34) no Brasil, ADR nos EUA, Bolsa Xetra (Alemanha) Não Papéis considerados caros e segmento com alta competição.
Novo Nordisk 322,08 BDR (N1VO34) no Brasil, ADR nos EUA, Bolsa Copenhagen (Dinamarca) Sim, com cautela Potencial mercado grande, mas recomendado como pequena parte da carteira.
Louis Vuitton 320,25 ADR (LVMUY) nos EUA, Bolsa Euronext Paris (França) Não Dependência das vendas na China.
ASML 279,55 BDR (ASML34) no Brasil, ADR nos EUA, Bolsa da Holanda Sim Monopólio no mercado de semicondutores e vantagens competitivas sólidas.
Hermès 279,74 ADR nos EUA, Bolsa da França Não Dependência do consumo interno chinês.
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SAP

As ações da SAP (SAP), empresa alemã de software empresarial, são negociadas na Xetra, que é a bolsa da Alemanha, mas ela tem BDRs no Brasil (SAPP34) e ADRs nos Estados Unidos.

“É uma empresa global, com receitas tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, na Ásia, na América do Sul, praticamente no mundo inteiro”, diz ele. “Tem muita receita e muito lucro”, afirma. Mas isso significa que seja um bom investimento? Ele responde.

Vale investir em SAP agora?

“A gente acha que não”, diz ele, sem rodeios. Isso porque, ainda que seja uma empresa bastante relevante, Henrique acredita que seus papéis estejam caros e que não há muito espaço para crescimento.

Além disso, ele alerta, software é um segmento em que sempre pode aparecer um concorrente melhor. “Claro que trocar um software como SAP tem custo muito alto – e essa é uma vantagem competitiva da empresa”, diz ele. “Ainda assim, é uma área de negócios muito dinâmica, em que a competição está sempre à espreita”, afirma.

Novo Nordisk

As ações da empresa farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk (NOVO-B) são negociadas originalmente na bolsa de Copenhagen (CPH), mas têm BDR no Brasil (N1VO34) e ADR nos Estados Unidos e em outros mercados.

“Suas ações têm estado bastante no noticiário porque a empresa é responsável por grande parte da insulina no mundo e é dona do Ozempic (medicamento usado para diabetes tipo 2 que ganhou atenção pela eficácia no controle do peso)”, diz ele.

Ou seja, ela produz medicamentos para um imenso grupo de pessoas, incluindo toda a classe diabética e aqueles que querem emagrecer. “Não é por acaso que tem um faturamento colossal e um potencial mercado muito grande”, afirma.

Vale comprar Novo Nordisk agora?

Entre as ações mais negociadas na Europa, Novo Nordisk é uma oportunidade de investimento para quem está no Brasil? “Gostamos da empresa, embora ela não faça parte das nossas recomendações de compra”, afirma Henrique. Isso significa que, na sua opinião, as ações podem, sim, ser um ativo interessante neste momento. Mas tem um alerta. “Desde que seja um percentual pequeno da carteira”, destaca o especialista.

Louis Vuitton

Negociada originalmente na Euronext Paris, da França, a ação da Louis Vuitton (MC) tem ADRs (LVMUY) nos Estados Unidos, mas não tem BDR no Brasil. Ou seja, para investir nos papéis, é preciso ter conta em corretora internacional.

“É um conglomerado gigantesco de marcas de moda, bebidas, joias e vende no mundo inteiro para uma classe social que pouco sente crises”, afirma o especialista. O porém é que ela depende muito das vendas na China, especialmente na parte de vestuário.

Vale investir em Louis Vuitton neste momento?

E vale investir nos papéis da empresa agora? De acordo com Henrique, a resposta é não. “Principalmente por conta dessa dependência das vendas na China”, explica.

ASML

As ações da ASML (ASML), que produz equipamentos para fabricação de semicondutores, são negociadas originalmente na bolsa da Holanda, mas têm BDR (ASML34) no Brasil e ADR (ASML) nos Estados Unidos.

“A empresa faz máquinas de fotolitografia usadas para fabricar chips de semicondutores, então vende para TSMC, Intel, Samsung, e tem basicamente um monopólio, o que é uma característica peculiar no mercado atualmente”, diz ele.

ASML é opção entre ações mais negociadas na Europa?

“Nós gostamos dela porque está ligada à cadeia de semicondutores, inteligência artificial, então acreditamos que seja, sim, um bom investimento agora”, diz ele.

O sócio e analista de ações da Nord Investimentos acredita ainda que a empresa tenha pela frente pelo menos vinte anos de monopólio nesse mercado e que dificilmente a competição chegue até ela.

“É muito complicado replicar a logística que essa empresa tem justamente para fabricar essas máquinas”, diz ele.

Resumindo, na opinião de Henrique, a ASML tem vantagens competitivas sólidas e pode ser boa oportunidade de investimento. Quem se interessar, pode comprar o BDR na B3, o ADR nos Estados Unidos ou a própria ação na bolsa da Holanda.

Hermès

Muito parecida com a Louis Vuitton, a Hermès também é um conglomerado com várias marcas de luxo, incluindo bolsas, vestuário e bebidas, vendidas no mundo inteiro. Suas ações (RMS), que também estão entre as mais negociadas na Europa, são originalmente da bolsa da França, mas é possível investir nelas por meio de outras bolsas da Europa e por ADR nos Estados Unidos. No Brasil, porém, não é negociada.   

Vale comprar ações da Hermès?

Mais uma vez a opinião do especialista é que não vale a pena, pelo menos neste momento. “O motivo é o mesmo da Louis Vuitton”, diz ele. “A Hermès depende muito do consumo interno chinês e não acreditamos que seja um bom momento para investir no varejo de luxo, justamente pela desaceleração do consumidor chinês”.

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