Tarifas de Trump, desinvestimento na Apple e sucessão de Warren Buffett são destaques na ‘Woodstock dos Capitalistas’
Quando Warren Buffett subir ao palco neste sábado (3), na reunião anual da Berkshire Hathaway, ele terá toda a atenção do mundo dos investimentos, ainda mais porque tem evitado os holofotes ultimamente.
Aos 94 anos, Buffett é considerado o mais bem-sucedido investidor da história. Não há dúvida de que ele é a principal atração da reunião anual dos investidores da Berkshire, sua holding de investimentos.
Nas primeiras assembleias, realizadas a partir de 1969, no refeitório da empresa, cuja sede fica em Omaha (EUA), o público raramente era superior a duas dúzias de pessoas. A maioria eram amigos, familiares e investidores pioneiros, que depositaram sua confiança no jovem Buffett.
Hoje, Buffett é um dos investidores mais aclamados de Wall Street. Seu histórico, ao transformar a Berkshire de uma fabricante têxtil em dificuldades na empresa mais valiosa dos EUA fora do setor de tecnologia, convenceu investidores muito além de sua base acionária a ouvi-lo.
A assembleia anual da Berkshire se tornou uma referência para o mercado financeiro, sendo referenciado inclusive pela media especializada como a “Woodstock dos Capitalistas”.
Buffett também prepara a passagem de bastão na Berkshire. E este é também um tema de interesse.
Comentários de Buffett no foco dos investidores
Buffett, presidente e diretor executivo da Berkshire, se absteve de opinar sobre a guerra comercial promovida pelo presidente americano Donald Trump.
Ele também evitou abordar as perspectivas incertas da economia dos EUA, e compartilhou poucas reflexões sobre a decisão de investimento mais drástica da Berkshire no ano passado: reduzir sua participação na Apple.
Agora, com a volatilidade abalando os mercados, muitos estão se preparando para analisar os comentários de Buffett na reunião de acionistas em Omaha.
Os investidores buscam pistas sobre como Buffet avalia o impacto das tarifas de Trump e seus impactos nos negócios. Além disso, claro, querem saber qual caminho seguir, a partir da estratégia da própria Berkshire.
Ao longo das décadas, ele raramente se calou — seja incentivando investidores a comprar ações americanas no auge da crise financeira de 2008-09, criticando Wall Street por suas taxas e táticas ou chamando a criptomoeda bitcoin de “veneno de rato ao quadrado”.
Buffett costuma ser franco, mas raramente se deixa levar por uma discussão pública, e pode estar ainda menos inclinado a provocar Trump.
Questionado sobre tarifas durante uma entrevista na televisão no início deste ano, Buffett chamou tais impostos de “um ato de guerra, até certo ponto”.
A audiência de Buffett neste sábado (3) estará atenta para além das questões tarifárias. Mas é certo que se ele falar sobre o comércio global, seus comentários vão repercutir em todo o mundo dos investimentos.
Leia a seguir