‘Calma’ é a recomendação para investidor com tarifaço de Donald Trump e bolsa em queda

Investidor deve analisar a sua carteira mas evitar se desfazer de boas posições e sair na baixa

O tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, trouxe bastante instabilidade para os mercados neste início da semana. As bolsas de valores, em linhas gerais, caíram pelo mundo e ficou mais forte o temor de que a economia americana vá entrar em recessão.

Mas e o investidor pessoa física, o que ele deve fazer neste momento?

As bolsas de valores na segunda-feira

Bolsa indicadaFechamento
do dia
Pontuação
Ibovespa-1,31%125.588
S&P 500-0,23%5.625
Nasdaq+0,10%15.603
Dow Jones-0,91%37.965,60
Frankurt-4,13%19.789
Hang Seng-13,22%19.828

Para especialistas ouvidos pela Inteligência Financeira, a palavra de ordem é “calma”. “É importante neste momento tomar cuidado com tudo que é dito para evitar uma tomada de decisão precipitada”, afirma Alexandre Pletes, head de renda variável da Faz Capital. Para o especialista, mesmo os grandes investidores institucionais ainda estão entendendo e estudando o cenário.

Em um momento de incerteza como o atual, a recomendação é a de que o investidor não opere no susto. Ou seja, que ele busque se informar sobre o que está acontecendo com assessorias de investimento e portais especializados, analise a sua carteira e planeje os próximos passos com cuidado.

Há ativos que de fato podem deixar de fazer sentido, mas há diversos outros que sofrem um choque inicial e a saída precoce pode representar prejuízo. “Às vezes, o investidor acaba se desesperando e saindo no pior momento que tem. Muitas vezes não fazer nada é uma boa ideia”, diz Pletes.

Laís Costa, analista da Empiricus Research, explica que esse momento costuma trazer o chamado overtrading. É uma reação do investidor que começa a operar em excesso e reagindo aos movimentos. “Isso é bastante detrator de retorno no longo prazo”, afirma.

O que o investidor pode fazer na prática na renda variável?

Para quem investe em ações, Laís Costa afirma que o primeiro passo é analisar a composição da carteira e os reais impactos que o tarifaço, pelo menos com o que se sabe até hoje, pode causar nessas empresas.

“É hora de avaliar se a carteira de renda variável não está muito concentrada em ativos que de fato serão afetados com as tarifas e terão as suas operações afetadas. Se esse não for o caso, é hora de manter os ativos descontados”, argumenta a analista da Empiricus.

Alexandre Pletes, afirma que a história ensina que o mercado se recuperou de crises de grandes proporções, como a de 2008 e a da Covid-19, retornando aos patamares registrados anteriormente.

Portanto, a esse investidor que pode esperar esse movimento se completar recomenda-se uma dose adicional de paciência.

Pletes diz ainda que para os dispostos a correr um pouco mais de risco os momentos de crise também podem representar oportunidade. Isso uma vez que os ativos acabam ficando descontados, e “entrar na baixa” acaba sendo uma possibilidade.

Contudo, vale frisar que esse é um movimento para quem está disposto a correr um nível maior de risco. E, claro, isso deve estar alinhado ao seu perfil de investidor. Se for o caso, veja 6 ações do Ibovespa indicadas por analistas para blindar o investidor do tarifaço.

Como reagir ao tarifaço para quem investe na renda fixa?

“É importante não se desfazer de boas posições por causa da volatilidade do mercado”, afirma Filipe Arend, head de renda fixa da Faz Capital. Para o investidor, quem tem bons papéis, com rentabilidades atrativas, deve evitar se desfazer deles em razão da situação de momento.

Uma alternativa, de acordo com Laís Costa, da Empiricus, é usar os novos aportes como forma de recalibrar a carteira. Dessa maneira, o investidor não mexe no que já tem e usa as novas entradas para balancear a sua carteira em uma posição mais defensiva.

Nesse cenário, os especialistas enxergam os títulos atrelados à inflação como os mais atrativos, para proteger o poder de compra do investidor. Para Arend, o melhor ainda é priorizar os títulos de curto e médio prazo, que têm boas taxas de rentabilidade sem tanta volatilidade quanto os mais longos. “Volatilidade controlada e ganho real”, diz.

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