Selic chega a 14,75%: saiba onde investir agora
A resposta sobre onde investir antes de a Selic cair está na boca de todos os analistas: prefixados de prazos mais longos; mas há riscos
A taxa básica de juros, a Selic, chegou a 14,75% ao ano nesta quarta-feira (7). Os juros no Brasil seguem subindo, mas os agentes já enxergam o final dessa fase. Assim como o próprio Comitê de Política Monetária (Copom).
O banco americano JPMorgan, por exemplo, tem previsão de queda da taxa Selic para 9,75% até dezembro de 2026. Em relatório, o banco indica que o Banco Central do Brasil deve iniciar o ciclo de baixa dos juros ainda no início do quarto trimestre deste ano.
Pensando em como gastar menos para investir mais? Inscreva-se agora e tenha acesso gratuito à 'Planilha de Controle Financeiro'. É só baixar e começar!
Assim, onde investir antes de a Selic cair, de forma a aproveitar o movimento dos juros? O melhor agora é mexer no dinheiro ou manter exatamente como está? Falando antes da decisão do BC, mas já em mente com o cenário definido pelo Comitê, a opinião de especialistas é a seguinte:
“Se pensarmos na queda de taxa de juros para o ano que vem (como previsto pelo Focus), oriento a compra desde já de ativos de renda fixa prefixada”.
Últimas em Investimentos
A afirmação é de Andressa Bergamo, sócia-fundadora da AVG Capital.
As opções prefixadas permitem aos investidores levarem as taxas altas registradas agora até o vencimento do título. Enquanto as opções pós-fixadas devem sofrer desvalorização junto com a iminente queda dos juros porque acompanham o valor da Selic no tempo.
“O indexador prefixado ‘trava’ seu ganho, independentemente da oscilação da Selic”, acrescentam Jacinto Santos e Bruna Naranjo, analistas da CM Capital.
Eles recomendam como principais oportunidades na renda fixa prefixada as Letras do Tesouro Nacional (LTN) e títulos de crédito privado, como CRIs, CRAs e debêntures.
É preciso considerar que os títulos privados incluem risco maior.
Selic em alta, mas com fim do ciclo no horizonte
Os analistas avaliam que, diante do cenário atual, os investidores que podem esperar mais e não têm necessidade de usar o recurso neste momento, podem aproveitar a abertura das taxas prefixadas e assim travar esse ganho por mais tempo.
Bergamo indica as opções mais longas como as mais interessantes, com vencimentos acima de dois anos. Hoje, essas opções pagam em torno de 11% a 12%.
Nesse sentido, “LCA e LCI têm ainda mais vantagens”, diz a sócia da AVG. Isso porque se favorecem do ciclo de alta ainda vigente e, além disso, não pagam Imposto de Renda.
Mas é preciso comparar a rentabilidade com a do CDI. Acima de 93% do CDI de rentabilidade para a letras já é considerada como “uma boa taxa” pela especialista.
Onde investir antes de a Selic cair: recalibragem traz riscos
Por outro lado, os pós-fixados sofrem com a queda da Selic e, por isso, perdem atratividade com a queda dos juros no horizonte.
Contudo, esses títulos podem ser considerados boa opção para quem tem disposição para carregá-los até o vencimento, acompanhando assim as mudanças de ciclos monetários durante um período mais extenso.
Para Guilherme Almeida, head de renda fixa da Suno Research, os pós-fixados precisam ser mantidos na carteira como diversificação e solução para encarar períodos mais longos.
Além disso, os movimentos de carteira durante mudanças de ciclo podem ser um problema.
“Não gosto muito desse movimento – à mercê da mudança de um cenário macro – porque se você está exposto a um título com menos de 180 dias ele terá uma alíquota de 22,5% e isso pode corroer a rentabilidade de maneira geral”, pondera Almeida.
Por isso, o ideal, segundo o especialista, é que os novos aportes sejam feitos na renda fixa prefixada, mas que os desembolsos anteriores não sofram tantas alterações para que a rentabilidade não seja afetada pelo abatimento relacionado à cobrança de IR.