Ronaldinho Gaúcho lança criptomoeda; mercado aponta falhas em segurança
Ex-jogador de futebol lança a $STAR10; o lançamento ocorre em meio a uma onda de memecoins de personalidades

Estrela do penta, o ex-jogador de futebol Ronaldo de Assis Moreira, conhecido como Ronaldinho Gaúcho, anunciou a criação de sua própria criptomoeda neste fim de semana, a $STAR10.
Já no lançamento, a moeda digital foi alvo de crítica por ter um problema sério de segurança que permitiria aos fundadores do projeto “queimar” os tokens de qualquer investidor quando quisessem.
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O alerta foi compartilhado pelo fundador da Binance, Changpeng Zhao (CZ), em seu perfil oficial na rede social X (Twitter). Pouco depois, os desenvolvedores do projeto disseram que a falha foi resolvida, algo confirmado pelo perfil que apontou o risco originalmente.
Esta não é a primeira vez que Ronaldinho Gaúcho se envolve com criptomoedas. Em 2023, o ex-atleta foi chamado a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras para prestar esclarecimentos sobre o suposto esquema de pirâmide da 18k Ronaldinho, empresa que prometia 400% de lucro por mês com investimento em criptomoedas.
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Na época, ele negou relação com a empresa e disse que licenciou sua imagem apenas para uma linha de relógios chamada 18k Watches. Ronaldinho Gaúcho alegou que o contrato havia sido rescindido assim que começaram os rumores sobre divulgação de criptoativos e marketing multinível com seu nome.
A dor de cabeça causada pelas investigações não parece ter demovido o craque de fazer incursões no mercado de criptoativos. O momento escolhido para o lançamento da $STAR10 também chama atenção. O mundo cripto vive uma polêmica onda de lançamentos de “memecoins” (criptomoedas sem valor de uso e que sobem ou caem apenas por especulação) ligadas a personalidades.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a criação de seu token oficial $TRUMP dois dias antes da sua posse e conseguiu levar a moeda digital a atingir US$ 13 bilhões de valor de mercado.
O sucesso estimulou desenvolvedores a criarem também a criptomoeda $MELANIA, memecoin baseada na imagem da primeira-dama dos EUA. Ambas as criptomoedas despencaram de suas máximas depois de alguns dias.
Dias depois, foi a vez de o presidente da Argentina, Javier Milei, promover uma memecoin, a $LIBRA. A moeda disparou, chegou a US$ 4,5 bilhões de capitalização, e depois derreteu, perdendo quase todo o seu valor.
O caso levou a investigações contra Milei, que foi até mesmo ameaçado com um processo de impeachment. Pouco tempo depois, o empresário Eike Batista lançou seu token $EIKE, que teria como objetivo financiar o projeto de exploração da chamada “super cana-de-açúcar”.
Na postagem em inglês publicada em seu perfil da rede social X (Twitter), Ronaldinho Gaúcho diz: “Meu novo e ÚNICO token OFICIAL está AQUI! É hora de celebrar a grandeza, a paixão e aquele espírito lendário que NUNCA desaparece. Lendas não nascem… ELAS SÃO FORJADAS. E VOCÊ pode escolher fazer parte disso. Pegue seu $STAR10 AGORA. Vamos fazer história juntos!”.
De acordo com a ferramenta de análise de blockchain Dex Screener, o $STAR10 já tem um valor de mercado de US$ 10,4 milhões e negocia a um preço de US$ 0,12 por unidade.
A criptomoeda está registrada na blockchain Binance Smart Chain, em uma mudança em relação às memecoins citadas, que foram criadas na Solana. Ela não se define como uma memecoin, e sim como um “utility token”, que teria como funcionalidade a participação dos detentores do token em um programa de recompensas, que iria de competições da comunidade a eventos privados.
Os desenvolvedores do $STAR10 admitiram que a criptomoeda tem “elementos de uma memecoin”, mas dizem que o token foi criado com a previsão de benefícios para a comunidade que iriam além do “hype” inicial.
De acordo com o site do projeto, haverá uma oferta total de 1 bilhão de tokens, sendo que 20% poderão ser comprados pelo público em geral, 20% ficariam com o próprio Ronaldinho, 25% seriam colocados em “pools” de liquidez, 15% estão com o time desenvolvedor, 15% ficam destinados a operações de marketing e 5% seriam destinados às corretoras de criptomoedas centralizadas.
O site diz ainda que os tokens de Ronaldinho e do time não poderão ser vendidos por, pelo menos, seis meses após o lançamento. A medida geralmente é tomada para evitar preocupação dos investidores com um possível “rug pull”, golpe em que os criadores de um token o divulgam e depois vendem tudo o que possuem quando o investidor de varejo compra a moeda digital o bastante para levá-la a se valorizar. A saída dos criadores costuma fazer com que a criptomoeda perca todo o seu valor, lesando aqueles que investiram.
Nas “questões frequentes” do site da $STAR10, consta que o token é o primeiro e único “utility token” oficial de Ronaldinho Gaúcho. O endereço do contrato da criptomoeda na Binance Smart Chain é 0x8B9ABDD229ec0C4A28E01b91aacdC5dAAFc25C2b e ele pode ser adquirido por meio da plataforma brasileira Gotas com compra via Pix limitada a R$ 1.000,00.
Sobre a participação de Ronaldinho Gaúcho na CPI das pirâmides, os criadores do projeto alegam que o ex-atleta não teve envolvimento na operação da empresa investigada. “Agora, com $STAR10, o foco é construir algo sólido, transparente e de longo prazo, unindo a imagem do Ronaldinho a uma proposta inovadora dentro do mercado de tokens e Web3”, dizem os desenvolvedores.
A equipe afirmou ainda que o token foi listado nas exchanges BingX, AscendEX, MEXC e HiBit e que nenhum dos tokens reservados para corretoras centralizadas foi utilizado até agora. “Todas as exchanges adquiriram seus tokens diretamente no mercado”, responderam.
*Com informações do Valor Econômico