Bitcoin despenca após tarifas de Trump e perde patamar dos US$ 85 mil

O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo atualmente é de US$ 2,81 trilhões. Em reais, o bitcoin recua 0,9% a R$ 481.222, de acordo com valores fornecidos pelo Cointrader Monitor
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  • O Bitcoin caiu abaixo dos US$ 85 mil após o anúncio de tarifas de Trump.
  • A China terá sobretaxa de 34% e a União Europeia 20%.
  • Analistas apontam incerteza sobre impacto na inflação americana.
  • Mercado de trabalho americano forte pressiona inflação, mas PMI industrial fraco sugere possível corte de juros pelo Fed.
  • Volatilidade deve persistir com revisões de expectativas para resultados de empresas.
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O bitcoin (BTC) virou para queda e perdeu os US$ 85 mil nesta quarta-feira (2) após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar tarifas recíprocas contra diversos países do mundo.

A China, por exemplo, será sobretaxada em 34%, enquanto os produtos da União Europeia serão tarifados em 20%. Todas as tarifas entram em vigor à meia noite.

Perto das 18h47 (horário de Brasília), o bitcoin cai 1% em 24 horas, cotado a US$ 84.460 e o ether, moeda digital da rede Ethereum, tem queda de 2,7% a US$ 1.864, conforme dados do CoinGecko.

O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo atualmente é de US$ 2,81 trilhões. Em reais, o bitcoin recua 0,9% a R$ 481.222, de acordo com valores fornecidos pelo Cointrader Monitor.

Entre as altcoins (as criptomoedas que não são o bitcoin), o XRP, token de pagamentos internacionais da Ripple, tem queda de 2,4% a US$ 2,09. Já a solana registra baixa de 1% a US$ 125,13 e o BNB (token da Binance Smart Chain) recua 1,6% a US$ 599,22.

Analistas comentam momento atual

Segundo Beto Fernandes, analista da Foxbit, o tarifaço de Trump foi, de certa forma, menos agressivo do que poderia ser. “Muitos países foram taxados, em boa parte, na metade do que era aplicado aos EUA”, diz.

No entanto, Fernandes alerta que o estresse começa agora, com a incerteza a respeito do impacto dessas taxas na inflação da maior economia do mundo.

“O que sobrou foi a promessa de realizar um corte de impostos agressivos à população e empresas, mas sem deixar claro como isso seria feito”, lembra o analista.

Fernandes destaca que as apostas de um corte de juros em junho, que eram de pouco mais de 77%, caíram para 70% após os anúncios de Trump. Isso revela que os investidores já estão colocando no preço uma dificuldade maior do Federal Reserve (Fed) em conter a inflação dos EUA com política monetária.

Paula Zogbi, gerente de análise da Nomad, diz que embora o anúncio tenha como objetivo estimular e expandir a indústria doméstica, o mercado observa potenciais pressões inflacionárias e aumentos nos custos, podendo gerar choques negativos para a atividade, afinal quem pagará a mais pelos produtos importados são os próprios cidadãos americanos.

“A volatilidade deve seguir sendo a tônica do mercado enquanto acompanhamos novos desdobramentos das medidas, com prováveis revisões de expectativas para os resultados das companhias por analistas e uma possível continuidade do fluxo financeiro para teses mais defensivas e outras economias globais”, afirma.

Cenário macroeconômico

Ainda no cenário macroeconômico, foi divulgado o Relatório de Emprego ADP, que revelou a criação de 155 mil empregos no setor privado em março nos EUA.

A expectativa mediana dos economistas era de geração de 120 mil vagas, de modo que os investidores reagiram negativamente pela percepção de que um mercado de trabalho mais forte pressiona a inflação.

Contudo, esse dado deve ser colocado na balança contra o desempenho mais fraco do que o esperado do Índice Gerentes de Compras (PMI) industrial americano divulgado ontem.

Muitos interpretaram que os números da indústria tornam o Federal Reserve (Fed) mais propenso a reduzir juros para evitar uma recessão nos EUA.

Agora, tudo depende do Relatório de Emprego do Departamento de Trabalho, que será divulgado na sexta (4) e é o principal dado de mercado de trabalho observado pelos membros do Fed.

*Com informações do Valor Econômico

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