Para Itaú, Selic sobe a 14,75% na quarta, mas deverá chegar a 15,25% até o fim do ano

Para Mario Mesquita, cenário atual para Copom lembra o da crise de subprime, em 2008

Com o término da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta quarta-feira (7), o Itaú Unibanco (ITUB4) mantém sua expectativa de que a taxa Selic será elevada em 0,50 ponto percentual, alcançando 14,75% ao ano.

A instituição prevê ainda que a Selic deve seguir sendo revisada para cima, chegando ao final do ano em 15,25%. 

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Segundo relatório assinado pelo economista-chefe do Itaú, Mario Mesquita, essa projeção reflete as preocupações do Banco Central (BC) com a persistência das pressões inflacionárias, a elevação das expectativas de inflação e o hiato do produto positivo.

O documento destaca que, mesmo que o Copom tenha sinalizado anteriormente um ciclo de aperto monetário, os riscos associados à inflação e à atividade econômica justificam a continuidade das elevações da taxa básica de juros. 

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Taxa Selic vai subir mais

Apesar de a mediana das projeções do mercado para a Selic em 2025 ter recuado para 14,75%, o Itaú sustenta que a taxa deve atingir 15,25% neste ano.

A instituição ressalta que a implementação da segunda alta dependerá da evolução do cenário internacional e seu impacto sobre a taxa de câmbio e os preços de commodities. 

“Observando o contexto para essa reunião, temos, por um lado, desaceleração gradual da atividade doméstica e maior incerteza externa, com potencial impacto líquido desinflacionário”, ressalta Mario Mesquita.

“Por outro, as expectativas de inflação desancoradas (embora tenham parado de piorar), o hiato positivo e as projeções do próprio Banco Central indicam, neste momento, a necessidade de seguir avançando em território contracionista”, afirma.

Crise de 2008

No relatório, o economista-chefe do Itaú afirma que enxerga no momento atual, em que o BC se vê diante de uma suspensão ou não de sua política de arrocho, semelhanças com o quadro com o qual o Copom se deparou em 2008, durante a crise do subprime americana, e mais tarde em 2011, durante a crise de crédito europeia.

“(Naquele momento de 2008,) o Banco Central decidiu não desviar do seu objetivo precípuo, e só relaxou a política monetária quando suas projeções apontavam para a convergência da inflação à meta”, pontua Mesquita.

Segundo ele, a postura se mostrou acertada.

“A política monetária contribuiu para a retomada da economia, que na verdade já estava em curso no segundo trimestre de 2009, sem prejuízo para o processo de desinflação”, conta.

Já em 2011, o Copom optou por se antecipar ao impacto da crise europeia sobre a atividade e a inflação, revertendo abruptamente sua política de alta da Selic.

“O resultado foi uma relevante desancoragem das expectativas, que levou o mesmo comitê a implementar um forte processo de ajuste a partir de abril de 2013”, destaca o especialista.

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