Saiba os sinais no comunicado do Copom que indicam que a Selic não vai subir mais
Mercado projeta taxa básica de juros em 14,75% como o cenário mais provável até o final do ano
Ao decidir pelo aumento a Selic a 14,75% ao ano nesta quarta-feira (7), o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) sinalizou ao mercado financeiro que mudou a rota e o tom da política monetária para 2025.
O comitê que reúne os nove diretores do Banco Central reconheceu de forma unânime que o balanço para riscos de inflação está simétrico, com riscos iguais de alta e de baixa, para os próximos meses.
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A alta da Selic hoje levou a taxa básica de juros ao maior nível desde 2006. Contudo, segundo economistas, o comunicado do BC sinalizou menor chance de nova alta de juros na próxima reunião do Copom, em junho.
O que mudou no comunicado do Copom de maio
O balanço de riscos de inflação mudou desde a última reunião do Copom. E apesar de ver uma possibilidade de queda na inflação, o Copom afirma que, ainda assim, será necessário manter a política monetária restritiva por mais tempo.
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Esta é a avaliação de Felipe Rodrigo Oliveira, economista-chefe da MAG Investimentos.
Em março, integrantes do comitê reconheceram que havia maior viés de alta para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do que de baixa nos preços.
Com o choque das tarifas, promovido pelo presidente americano Donald Trump, sobre a economia global, o Copom mudou o balanço para simétrico.
Para Rafael Cardoso, economista-chefe do Banco Daycoval, foi o que mudou do comunicado de março para o desta quarta-feira.
“Víamos o cenário internacional como importante, mas acreditávamos que o BC manteria risco assimétrico sobre a inflação. Não foi o que ocorreu”, segue.
O Daycoval prevê uma alta da Selic em 0,25 ponto percentual em junho, para 15%. Mas Cardoso admite que a probabilidade é baixa.
Selic a 14,75% para o resto do ano
Para Leonardo Costa, economista da ASA, o Copom sinalizou que a Selic chegou a seu pico. “Apostamos em encerramento de ciclo nessa reunião, sem altas adicionais ao longo do ano”, afirma.
A economista da SulAmérica Investimentos, Natalie Victal, concorda. “Nos parece que o plano de voo (do Copom) é parar.” Segundo ela, para elevar a Selic a 15% o cenário precisa piorar.
Da mesma forma, Tatiane Pinheiro, economista-chefe da Galapagos, avalia que “o comunicado em si aumentou probabilidade de parar e diminuiu a chance de novos aumentos.”
O Banco Inter, por fim, se ateve ao termo “flexibilidade” escrito no comunicado.
“A menção de flexibilidade indica que o Copom já considera que esse seja o último aumento de ciclo da Selic”, diz Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter.
Fim do ciclo de alta da Selic
Tatiana, da Galapagos Capital, também vê sinais de fim de ciclo de alta da Selic no comunicado.
“Não importa qual diretoria do BC, um comunicado que antecede o fim (das altas da Selic) contém tamanho de ciclo realizado, defasagem da política monetária”, descreve ela. “E isso aparece no comunicado deste Copom”, afirma.
Contudo, a economista prefere manter sua previsão de alta de 0,25 pontos na próxima reunião de junho, até que a ata do Copom seja divulgada, na próxima terça-feira (13).