Assessor de Trump diz que presidente estuda a demissão de Powell, do Fed

- Assessores de Trump estudam a demissão de Jay Powell, presidente do Federal Reserve.
- Trump critica Powell por não cortar taxas de juros e afirma ter poder para demiti-lo.
- Suprema Corte analisa caso que pode servir de precedente para a demissão de Powell.
- Powell afirma que a lei não permite sua destituição e que não renunciará.
- O descontentamento de Trump com Powell remonta ao primeiro mandato presidencial.
O assessor econômico da Casa Branca Kevin Hassett disse hoje que Donald Trump e sua equipe estudam a demissão do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), informa a agência Reuters.
“O presidente e sua equipe continuarão a estudar esse assunto”, disse Hassett, na Casa Branca, quando um repórter perguntou se “demitir Jay Powell é uma opção”.
A declaração ocorre um dia depois de Trump intensificar uma antiga rivalidade com o presidente do Fed, acusando Powell de “fazer política” ao não cortar as taxas de juros, e afirmar que tinha o poder de demiti-lo “muito rápido”.
Hasset, que já escreveu um livro em que argumentava que demitir Powell durante o primeiro mandato de Trump teria prejudicado a reputação do Fed, agora parece ter mudado de ideia.
“Acho que, naquela época, o mercado era completamente diferente. E eu estava me referindo à análise jurídica que tínhamos naquele momento. Se houver uma nova análise jurídica que diga algo diferente, precisamos repensar nossa resposta”, disse Hassett.
Suprema Corte analisa processo sobre decisões de Trump
Não ficou claro a que nova análise jurídica ele se refere, mas a Suprema Corte dos EUA está examinando um processo que analisa se Trump extrapolou sua autoridade ao demitir dois democratas de conselhos trabalhistas federais.
O caso está sendo observado de perto como um possível precedente para determinar se Trump poderia destituir Powell.
O presidente do Fed já afirmou que a lei não permite sua destituição, e que não renunciaria se Trump pedisse. Ele tem dito que pretende permanecer no cargo até o fim de seu mandato como presidente, em maio de 2026.
Descontentamento com Powell vem desde o 1º mandato
Powell, cujo mandato como membro do Conselho de Governadores do Fed se estende até janeiro de 2028, também disse esta semana que não acredita que o caso atual em apelação na Suprema Corte dos EUA se aplique ao Fed.
Ainda em seu primeiro mandato, Trump deixou claro seu descontentamento com Powell, nomeado por seu antecessor, Barack Obama.
Depois que o Fed elevou taxas de juros, na época, o republicano repreendeu Powell repetidamente em público e considerou tentar demiti-lo, mas nunca o fez.
A questão ressurgiu na última semana, com Powell e outros membros do Fed dizendo acreditar que as tarifas agressivas de Trump poderiam colocá-los em uma situação difícil, com o potencial de aumentar da inflação e, ao mesmo tempo, prejudicar o crescimento econômico geral e o mercado de trabalho.
Novamente, Trump voltou à carga ontem, criticando Powell por não cortar as taxas.
*Com informações do Valor Econômico
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