Alckmin: Brasil negocia com EUA para reverter tarifaço de Trump

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse hoje que discutiu com o setor industrial brasileiro e recebeu boas propostas para lidar com o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Além disso, afirmou que o Brasil vai trabalhar para reverter tanto as tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio quanto a taxação de 10% sobre as demais exportações, imposta como tarifa de reciprocidade pelo presidente americano.
Segundo o vice-presidente, já há negociações marcadas entre equipes técnicas dos dois países para a próxima semana.
“O presidente Lula defende o multilateralismo e o livre comércio. É isso que nós acreditamos e vamos trabalhar nesse sentido. A negociação já tem reuniões marcadas em nível técnico para a próxima semana”, disse durante reunião no Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
Alckmin também lembrou que os EUA é um parceiro importante para o Brasil, embora não seja o maior, posto ocupado pela China.
Alckmin diz que EUA sabem que Brasil não é problema
Além disso, ressaltou que, em todas as conversas que teve com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, deixou claro que o Brasil não é um problema para a nação americana.
“Coloquei claramente, vocês [Estados Unidos] têm US$ 25 bilhões de superávit conosco, dos 10 produtos que vocês mais exportam para nós, oito não têm impostos, é zero”, disse o vice-presidente da República.
De acordo com ele, no ano passado, os Estados Unidos tiveram superávit com o Brasil na área de serviços, de US$ 18 bilhões, e no setor de bens, de US$ 7 bilhões.
Alckmin também destacou que os países vão completar 200 anos de amizade e que quase 4 mil empresas americanas operam no Brasil, “trabalhando, gerando emprego”, e que o que deve ser priorizado é a criação de novas oportunidades.
Chance de acelerar acordo Mercosul-UE
Além disso, segundo o vice-presidente, a guerra tarifária de Trump pode impulsionar o acordo Mercosul-União Europeia, e o Brasil pretende conquistar novos mercados.
“Esse é um acordo muito importante, porque são 720 milhões de pessoas e US$ 22 trilhões de PIB. Então, o acordo Mercosul-União Europeia é um acordo importante que precisa ser assinado o mais rápido possível”, disse.
“Nós estamos tendo um bom saldo de balança comercial, ano passado foi mais de US$ 70 bilhões. O Brasil mais exporta do que importa e queremos conquistar mais mercado e uma coisa”, completou.
*Com informações do Valor Econômico
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