Gastou muito no carnaval? Veja como (re)fazer o planejamento financeiro e recompor as finanças
Saiba como montar um planejamento financeiro para estabilizar as finanças depois do carnaval e investir para iniciar um novo ciclo

Viagens, acomodações, festas, desfiles, comida, bebida… Os gastos no carnaval saíram de controle? Agora que o ano começou de fato para muitas pessoas, saiba como recompor as finanças, montar um planejamento financeiro. E estabilizar as coisas. Além disso, saiba no que investir para iniciar um novo ciclo, mais organizado e disciplinado. Pelo menos até o próximo carnaval.
Antes, vale reconhecer quais foram os vilões da gastança. Geralmente, o uso excessivo do cartão de crédito e a falta de planejamento financeiro adequado podem ter contribuído para que as finanças saíssem do controle.
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“Outro erro comum é não separar um valor específico para esses gastos, o que leva ao uso do cheque especial ou do crédito rotativo, que têm juros altos”, avalia Rafaela de Sá, planejadora financeira pela Planejar.
Agora é hora de arrumar a casa. Mas é preciso agir rapidamente.
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Então, a dica é “analisar detalhadamente os gastos realizados durante o período e identificar áreas nas quais é possível economizar nos próximos meses”. O conselho é de Jeff Patzlaff, planejador financeiro e especialista em Finanças Comportamentais.
Nesse sentido, Luciana Ikedo, também planejadora financeira, recomenda “listar todas as dívidas, incluindo parcelamentos no cartão de crédito, cheque especial, financiamentos e impostos. Isso dá clareza sobre o montante total devido”.
Planejamento financeiro exige não deixar a dívida crescer
Para Sá, da Planejar, estabilizar as finanças depois do carnaval passa por priorizar o pagamento de dívidas, se houver. “Pague primeiro as que têm juros mais altos (cartão de crédito e cheque especial)”. Assim, é fundamental também evitar novos endividamentos. E, para as dívidas mais sufocantes, a dica é renegociar.
Além disso, a maioria dos gastos no carnaval são supérfluos. Então, agora é a hora de cortar boa parte deles. “Reduza gastos variáveis, como lazer, delivery e compras por impulso, por um período para equilibrar as contas”, diz Sá.
Depois, a dica é criar um plano de recuperação. “Estabeleça metas (alcançáveis) de economia para os próximos meses. Então, se possível, direcione parte da renda extra para recompor o caixa”, complementa.
Planejar investimentos depois dos gastos de carnaval
A organização dos investimentos deve considerar o perfil do investidor. Assim, para o conservador, estabilizar as finanças depois do carnaval passa por alocar uma parcela maior do que sobrou do dinheiro em investimentos de baixo risco, como títulos de renda fixa e fundos de investimento conservadores.
Ikedo diz que “existem boas oportunidades em títulos indexados à inflação com prêmios ainda relevantes. Além disso, há ações que seguem baratas na bolsa, mas tudo sempre dependerá do apetite ao risco do investidor”.
Sá diz que “títulos atrelados à inflação (Tesouro IPCA+, CDBs IPCA+ e debêntures incentivadas) protegem o poder de compra e garantem um rendimento real acima da inflação no longo prazo”.
Além disso, ativos pós-fixados: CDBs e LCIs/LCAs de bancos médios podem oferecer taxas bem competitivas, “principalmente para quem aceita prazos mais longos”.
E Tesouro Selic e Fundos DI “são boas opções para reserva de emergência ou para quem quer liquidez e baixo risco”, complementa a profissional da Planejar.
Mas, se você quiser números exatos, Jeff Patzlaff traz opções para melhorar e rentabilidade dos investimentos dentro do seu planejamento financeiro. Veja.
Dica 1 – investidor conservador
- 70% em renda fixa pós-fixada
- 15% em renda fixa IPCA e prefixada
- 5% em ações nacionais
- 7% em aplicações em dólar
- 3% em alternativos
Dica 1 – investidor arrojado
- 25% investimentos em dólar
- 20% em renda fixa IPCA
- 20% em ações nacionais
- 15% em renda fixa pós-fixada
- 10% em investimentos alternativos (como private equity e criptoativos)
- 10% para oportunidades
Quais modalidades de investimento escolher agora?
“Considerando o cenário econômico atual não é preciso arriscar muito para ter uma boa rentabilidade, já que estamos com uma Selic a 13,25%”, destaca Patzlaff.
Nesse sentido, pensando em renda fixa, as melhores opções, de acordo com o planejador, são Tesouro Selic, CDBs e LCIs/LCAs. “A alocação sugerida é entre 50% a 70% do portfólio, dependendo do perfil do investidor”, acrescenta o planejador.
Olhando para a renda variável, especialmente ações, para investidores com maior tolerância ao risco, a dica é optar por setores promissores no cenário atual, como o bancário, de energia e saneamento.
Planejamento financeiro do começo de 2025 deve ser revisto?
Para investidores que já se organizaram no início de 2025 e não torraram suas finanças, a vida deve ficar mais fácil. Assim, também não deve haver mudanças significativas nas opções investimento já que não houve grandes alterações no cenário brasileiro e global.
Assim, se a carteira já estava diversificada e alinhada ao planejamento financeiro de médio/longo prazo, não há necessidade de grandes mudanças. No entanto, vale acompanhar o cenário econômico e ajustar a estratégia. Isso se necessário.
“Se houver mudanças na taxa de juros ou no desempenho de determinados setores, pode ser interessante reavaliar a exposição a cada classe de ativo. O mais importante é evitar decisões precipitadas e manter um acompanhamento periódico dos investimentos”, finaliza Sá.