Resultados da Nike: Analistas projetam lucro abaixo do esperado, mas veem futuro promissor

Os resultados do terceiro trimestre fiscal da Nike serão mais um teste para os planos do novo diretor-presidente, Elliott Hill, de reverter a situação da empresa.

Os investidores fariam bem em lembrar que reestruturações levam tempo.

A Nike divulgará seus resultados após o fechamento do mercado de hoje.

Segundo a média das estimativas dos analistas consultados pela FactSet, a empresa deve apresentar um lucro ajustado de US$ 0,30 por ação e receitas de US$ 11 bilhões.

Expectativas dos analistas em relação ao resultado

A analista Krisztina Katai, do Deutsche Bank, espera que as vendas superem levemente as expectativas, mas que os lucros fiquem abaixo do esperado devido aos descontos mais agressivos que a marca precisou oferecer para liquidar estoques antigos.

Ainda assim, ela continua otimista quanto ao futuro da empresa e de suas ações.

“Embora reconheçamos as preocupações, entramos no terceiro trimestre cautelosamente otimistas de que as ações atingiram o fundo do poço”, escreveu Katai.

“Além disso, nossas sondagens no mercado revelaram alguns sinais positivos, com um aparente forte interesse dos consumidores nos lançamentos recentes de tênis para corrida.”

As ações da Nike fecharam a quarta-feira em queda de 0,5%. No ano, o papel acumula uma queda de 3,6%, alinhada com a queda de 3,5% do S&P 500.

Nos últimos 12 meses, as ações da Nike caíram 27%, enquanto o índice subiu 8,6%. Há pouco, os papéis caíam 1,06% na Bolsa de Nova York (Nyse).

O analista Tom Nikic, da Needham, também acredita que as ações atingiram um piso, mas prevê que a empresa continuará enfrentando dificuldades no primeiro semestre do ano, à medida que as iniciativas de Hill começam a surtir efeito.

“A administração está ciente dos erros cometidos e está trabalhando agressivamente para corrigi-los”, escreveu Nikic.

“Acreditamos que a Nike tem o potencial de se tornar uma ação promissora em 2025, especialmente se os números encontrarem um ponto de estabilização e os investidores começarem a enxergar Hill como o ‘cavaleiro branco’ da empresa.”

Qual é a situação atual da Nike?

As vendas da Nike têm enfrentado dificuldades nos anos pós-pandemia. Uma série de erros estratégicos, como cortar laços com varejistas parceiros e apostar demais em estilos populares em vez de inovação, fez com que a empresa perdesse participação de mercado.

Os esforços de Hill visam corrigir esses problemas. Além de eliminar estoques antigos, a Nike planeja investir mais em marketing e inovação de produtos, além de reconstruir parcerias com varejistas.

Os investidores estarão atentos a mais atualizações de Hill e da equipe de gestão.

É provável que ele reforce um ponto que tem enfatizado desde que assumiu o cargo no outono passado, reformulações bem-sucedidas demandam tempo, dinheiro e paciência.

*Com informações do Valor Econômico