Empresas de saneamento estudam projetos, mas sinalizam cautela financeira

Em meio a um ano com diversos leilões de saneamento previstos, as principais companhias do setor dizem estar estudando os novos projetos, mas sinalizam cautela, em meio ao cenário de turbulências econômicas.
“O ambiente é desafiador, isso é inegável. Para novas alocações de capital, o risco-retorno tem que ser adequado”, afirmou Roberto Barbuti, presidente da Iguá, durante evento do Bradesco BBI, em São Paulo.
O executivo destacou que em 2024 a empresa já conquistou um contrato relevante, a concessão de Sergipe, que trouxe um novo salto de tamanho da companhia. “Sergipe vai representar um terço do portfólio. Quando a gente teve a aquisição do Rio, a companhia triplicou de tamanho e com Sergipe aumentou substancialmente. Então a gente tem o suficiente no prato”, afirmou, destacando que a expansão não é “uma corrida de cem metros”.
Para o leilão do ano passado, a Iguá recebeu um aporte adicional dos acionistas.
IPO da Aegea em discussão
A Aegea, que deverá disputar nesta sexta-feira (11) o leilão de saneamento do Pará, também acaba de fazer um aumento de capital de R$ 424 milhões, com recursos dos sócios Equipav, GIC (Fundo Soberano de Cingapura) e Itaúsa.
A oferta inicial pública de ações (IPO, na sigla em inglês) da companhia é um tema sempre em discussão, mas que por enquanto é uma “especulação do mercado” que não está na mesa, segundo André Pires, diretor financeiro da empresa, que também falou no evento do Bradesco BBI.
A Aegea nos últimos anos tem se posicionado como a companhia privada com maior apetite por expansão nas licitações.
Porém, o executivo destacou que a empresa não vai alavancar o balanço para além do patamar atual e disse que, para novos projetos de maior porte será necessário ter capital adicional — seja com os atuais sócios ou com novos parceiros, como foi no caso da Corsan, com Perfin e Kinea.
“A gente só vai entrar em projeto transformacional, que exija aporte relevante, se tiver fonte de capital adicional, não vamos alavancar balanço além do que está”, afirmou.
BRK Ambiental mira eficiência operacional
Para a BRK Ambiental, a prioridade hoje é a eficiência operacional, afirmou Alexandre Thiollier, presidente da empresa. Dentro do plano de reestruturação interna da companhia, o chamado “Next Level”, o grupo iniciou um plano de “orçamento base zero”, diz ele.
“A ideia é olhar a base de custos e criar comparabilidade, para trazer mais eficiência, que é a principal agenda do momento.”
Em relação a novas oportunidades, ele diz que a empresa vai olhar “dentro de critério que faça sentido para alocação de capital”.
No ano passado, a companhia disputou o leilão de concessão de Sergipe, após um longo período sem participar de licitações, mas não saiu vencedora. Thiollier disse que a companhia segue estudando projetos.
*Com informações do Valor Econômico
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