Azzas 2154 (AZZA3): rompimento entre executivos traria perdas para acionistas, diz JPMorgan

Um eventual rompimento entre os dois principais executivos da Azzas 2154 (AZZA3) diluiria o valor aos acionistas, além de remover os maiores vetores de crescimento da companhia, avalia o JPMorgan.

O comentário foi feito após, na sexta-feira (14), o Pipeline, site de negócios do Valor, noticiar que os principais acionistas e gestores da Azzas 2154, Alexandre Birman e Roberto Jatahy, estariam pensando em seguir caminhos separados, menos de oito meses após concluírem a fusão da Arezzo com o Grupo Soma, devido a conflitos no estilo de gestão.

O Pipeline apurou que há duas opções para o fim da sociedade. A primeira seria por uma cisão das operações, em modelo diferente do pré-fusão, no qual a Hering ficaria com o grupo Arezzo. Já a segunda opção seria que Birman comprasse a parte de Jatahy na Azzas 2154 e o fundador do Grupo Soma deixasse as operações.

Para o JPMorgan, os acionistas perderiam valor em uma eventual cisão dos negócios, uma vez que a fusão é altamente complementar do ponto de vista operacional e oferece espaço para sinergias significativas.

O banco também destaca que a principal via de crescimento da Azzas 2154 está na moda feminina e na Hering, e que Jatahy é o principal responsável pelas operações complexas de marcas femininas, que em sua maioria vieram das operações do Grupo Soma.

O JPMorgam relembra que as diferenças entre a cultura das duas empresas e as lideranças de ambos os lados já eram vistas como obstáculos para a fusão da Arezzo e o Grupo Soma e que os conflitos entre Birman e Jatahy não são uma novidade.

Porém, a intensidade em que esses conflitos estão sendo discutidas no mercado, em especial na mídia, indica que a possibilidade que os dois executivos rompam está cada vez mais forte.

O JPMorgan mantém a sua recomendação de compra sobre as ações da Azzas 2154, com preço-alvo de R$ 26. Na sexta-feira, os papéis fecharam em queda de 10,42%, a R$ 21,50.

*Com informações do Valor Econômico