Morning call: tarifaço de Trump derruba a bolsa brasileira, mas resta certo otimismo para 3ª feira

O que parecia uma ressaca se tornou na segunda-feira a simples continuação – e piorada – da bebedeira da semana anterior. O mercado se deteriorou bastante no Brasil e o Ibovespa fechou em queda de 1,31%. Com isso, voltou aos 125 mil pontos e, portanto, se aproximou dos 120 mil pontos do início do ano. Ou seja, a conclusão do morning call é a de que o tarifaço de Donald Trump fez a bolsa brasileira perder três meses inteiros do ano em valorizações que agora deram em nada.

E não há como ser otimista nesta terça-feira (8). A guerra comercial deflagrada pelos Estados Unidos deve apresentar novos lances de contra-ataque nos próximos dias dos países afetados. Com isso, a volatilidade será ainda um fator muito presente na rotina do mercado.

Morning call: mas sempre se pode olhar o copo meio cheio

É claro que sempre se pode olhar o copo meio cheio em vez de meio vazio. Há uma leitura de que poderia ter sido pior. Os mercados norte-americanos que começaram a semana em queda desabalada, melhoraram no decorrer do pregão da segunda-feira.

No fechamento, o índice Dow Jones teve queda de 0,91%, aos 37.965,60 pontos, o S&P 500 recuou 0,23%, aos 5.062,25 pontos, e o Nasdaq subiu 0,10%, aos 15.603,262 pontos.

Com isso, Fábio Perina, do Itaú BBA, que faz uma análise do fechamento dos mercados todos os dias, disse que isso pode significar indicio de recuperação por aqui também. O tempo, no caso os próximos dias, serão importantes. Mas uma coisa baliza essa análise do especialista. Pela análise gráfica, a bolsa não baixou dos 125 mil pontos, e isso fez com o Ibovespa não perdesse o patamar de alta.

Mas os gráficos e as decisões econômicas nem sempre se harmonizam.

Relembre o fechamento da segunda-feira

As tensões comerciais entre China e Estados Unidos continuaram o impulsionar a aversão a risco no Ibovespa nesta segunda-feira.

O índice recuou 1,31%, aos 125.588 pontos, com queda significativa das ações da Petrobras e da Vale, em um cenário negativo para as commodities. A nova ameaça do presidente americano, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos chineses, caso Pequim não retire as alíquotas retaliatórias, acentuou as preocupações em torno de uma recessão global e elevou a volatilidade nos mercados.

Ao longo o dia, o Ibovespa oscilou entre 123.876 pontos e 128.411 pontos. O giro financeiro do índice foi de R$ 23 bilhões e de R$ 30 bilhões na B3 (até as 17h15). Em Nova York, o Nasdaq subiu 0,10% e o S&P 500 caiu 0,23% e o Dow Jones teve queda de 0,91%.

As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras cederam 5,57% e 3,97%, respectivamente, com a queda do petróleo no mercado internacional. O valor de mercado da estatal atingiu R$ 445,8 bilhões nesta segunda-feira, o que representa uma desvalorização de R$ 60,6 bilhões na empresa desde quarta-feira passada, quando o líder republicano anunciou as tarifas recíprocas. Já o papel ordinário da Vale cedeu 1,20%.

Com informações do Valor Econômico