Morning call: semana começa após ressaca do tarifaço e com Ibovespa refém do exterior

Ainda não está totalmente claro o resultado da guerra comercial iniciada por Donald Trump na semana anterior

Empresas citadas na reportagem:

É o primeiro dia da semana, o primeiro após a ressaca da semana passada, quando a bolsa de valores despencou quase 3% na sexta-feira (4) e 3,5% na semana. É o primeiro dia, mas será igual aos anteriores que serão semelhantes aos próximos. Afinal, a guerra comercial iniciada por Donald Trump na semana anterior ainda vai se fazer sentir nos mercados por todo o mundo. Essa é a conclusão do morning call desta segunda-feira (7).

E isso ficou bastante claro com a China. Impôs tarifa de 34% sobre os produtos dos Estados Unidos, foi uma retaliação. De quebra, colocou empresas norte-americanas na lista de entidades consideradas não confiáveis. Da guerra comercial iniciada por Donald Trump pode derivar uma recessão mundial, que pode inclusive afetar não apenas a China como os Estados Unidos? São perguntas que estão na mesa dos analistas do mercado.

E o investidor da bolsa de valores diante deste início de semana que se avizinha turbulento? Deve prestar atenção nos mercados norte-americanos. Se eles seguirem despencando, por aqui, no Brasil, não será diferente. A análise foi feita após o fechamento do mercado por Fábio Perina no vídeo Giro do Mercado.

De acordo com o especialista, o momento sugere que pode ser a hora de revisar os investimentos e colocar no bolso alguns ganhos obtidos.

Morning call: relembre o fechamento de sexta

Depois de apresentar certa resiliência na sessão de ontem, a nova rodada de fuga de ativos de risco ao redor do mundo atingiu em cheio o Ibovespa, que derreteu 2,96%, aos 127.256 pontos.

Ao longo do dia, o índice oscilou entre os 126.466 pontos e os 131.139 pontos. Investidores acionaram o botão de cautela depois que a China anunciou tarifas retaliatórias de 34% sobre produtos importados americanos, o que intensificou temores de uma desaceleração mundial e voltou a afetar os preços de commodities. No acumulado da semana, o índice recuou 3,52%.

Em Nova York, as bolsas caíram quase 6% e, no fim da sessão, o VIX, índice que mede o nível de estresse nos mercados americanos, subia 44,84%, a 43,48 pontos.

Vale e Petrobras no foco

As preocupações com a perda de força da economia global afetaram diretamente as ações de commodities.

Pelo segundo pregão seguido, as ações da Vale e da Petrobras sofreram duras perdas. As PN da petroleira caíram 4,03%, enquanto as ON cederam 4,19%, em mais um dia em que os contratos futuros de petróleo despencaram mais de 7%.

Já os papéis da mineradora contraíram 3,99%. Com isso, o valor de mercado da Vale chegou a R$ 238,8 bilhões, montante não visto desde janeiro deste ano.

Entre as maiores quedas ficaram os papéis da Brava, que cederam 12,92%. Já na ponta contrária, as ações do Carrefour foram umas das poucas a disparar na sessão, com alta de 10,77%. Ontem, a varejista atualizou as condições para a deslistagem das ações na bolsa brasileira, por meio da recompra ou da troca de todos os papéis pelo grupo controlador francês Carrefour.

O volume financeiro do índice na sessão foi bem mais elevado do que a média diária vista neste ano e ficou em R$ 23,2 bilhões. Já na B3, o giro financeiro bateu R$ 31,7 bilhões.

Em Wall Street, a sangria foi ainda maior: o S&P 500 caiu 5,97%; o Nasdaq tombou 5,82%; e o Dow Jones teve queda de 5,50%.

Com informações do Valor Econômico

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