Investidores se articulam para que governo busque ‘solução interna’ na Petrobras

Adriano Pires, que havia sido indicado como candidato a presidente da companhia, desistiu do cargo

Foto: Reprodução/Acervo TV Globo
Foto: Reprodução/Acervo TV Globo

Existem articulações, entre investidores da Petrobras, para que a União indique o presidente do conselho de administração e o presidente-executivo da companhia entre os atuais integrantes que fazem parte do conselho de administração da companhia.

Hoje a colunista Malu Gaspar, de “O Globo”, informou que Adriano Pires, que havia sido indicado como candidato a presidente da companhia desistiu do cargo. Ontem tinha sido a vez de Rodolfo Landim também comunicar publicamente a desistência à vaga de “chairman”.

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Pires e Landim vinham sendo questionados em relação a conflitos de interesse com a estatal. Landim enfrenta ainda uma ação penal por supostos danos causados à Petros, o fundo de pensão dos funcionários da estatal.

Do atual, conselho de administração da Petrobras, três nomes vão deixar a companhia depois da Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária (AGOE) da estatal, no dia 13.

São eles o atual presidente do conselho de administração, Eduardo Bacellar Ferreira, o presidente da companhia, general da reserva Joaquim Silva e Luna, e o conselheiro Murilo Marroquim.

Marroquim foi substituído, na última lista de candidatos apresentada, no dia 28, pela União, por Eduardo Karrer. Nessa lista também apareciam Rodolfo Landim, como candidato a “chairman”, e Adriano Pires, como CEO. Agora ambos estão fora da disputa.

A lista composta pela União, divulgada no dia 28, trouxe ainda os nomes de Carlos Eduardo Lessa Brandão e Luiz Henrique Caroli.

Da composição atual do conselho, a União manteve na lista do dia 28 os nomes de Ruy Schneider, que acumula o cargo com a presidência do colegiado da Eletrobras; Sônia Julia Villalobos e Márcio Andrade Weber, todos eleitos com apoio do controlador na última eleição, no ano passado.

Cynthia Santana Silveira, atual conselheira eleita pela União, não foi indicada para recondução.

Fazem parte do atual conselho ainda, como representantes dos minoritários e considerados “independentes”, Marcelo Mesquita, Marcelo Gasparino e Rodrigo de Mesquita Pereira, além de Rosângela Buzanelli Torres, representante dos empregados.

Cabe ao Ministério de Minas e Energia (MME), ao qual a Petrobras está vinculada, fazer formalmente a indicação dos nomes para o conselho de administração e o conselho fiscal da Petrobras. Nos bastidores, a indicação costuma ser política, definida pelo Palácio do Planalto, especialmente quando se trata do “chairman” e do CEO da empresa.

Mesmo assim, os candidatos a essas funções, as mais importantes na administração da empresa, precisam passar pelas instâncias de governança da estatal e terem os nomes aprovados de acordo com os critérios da Lei das Estatais (13.303/2016).

O MME informou ontem estar avaliando nomes para substituir o de Rodolfo Landim. Terá agora que pensar também em um nome para a vaga de Adriano Pires.

Não está claro se a decisão poderia mesmo ser interna, mas há pressão de investidores nesse sentido considerando que faltam nove meses para o fim do mandato do governo de Jair Bolsonaro e as mudanças em sequência na estatal criam permanente instabilidade.

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