IFIX vai à máxima em 12 meses; veja os melhores FIIs para investir

O IFIX (Índice de Fundos de Investimento Imobiliários da B3) voltou à máxima de 12 meses no início de maio. O índice de fundos, um dos mais badalados entre investidores pessoa física, ultrapassou a cotação de 3.386 pontos na última sexta-feira (2), a maior registrada desde 2024, impulsionada por FIIs do segmento de tijolo, como fundos de shopping e de logística, além de fundos de fundos (FOF).

Segundo analistas, o momento de cotação máxima do IFIX pode ser explicada pela crescente expectativa de queda de juros no mercado financeiro ainda neste ano.

Os fundos imobiliários ligados à economia real têm maior sensibilidade à queda da taxa de juros. Nesse momento, analistas recomendam investir em fundos de investimento imobiliário focados em diversificação, como os multiestratégia.

IFIX hoje na máxima: o que explica alta?

O IFIX hoje oscila próximo à cotação de um ano atrás. Mas continua descontado.

De acordo com os analistas Larissa Nappo e Fausto Menezes, do Itaú BBA, o IFIX continua com deságio médio de 0,9 vezes em relação ao valor patrimonial do índice. Ou seja, os fundos tem desconto de, em média, 10% quando somam-se todos os ativos dentro de suas carteiras.

Segundo Bruno Viveiros, analista de FII da Warren Investimentos, a alta do IFIX neste ano vem puxada por fundos de tijolo. Enquanto a Selic aumenta na taxa nominal, o mercado vem cortando a previsão de juros para 2025. Hoje a estimativa é de um corte de 0,25 ponto percentual na curva futura.

“O movimento pode ser explicado majoritariamente pelo fechamento da curva de juros ao longo do ano de 2025”, diz Bruno Viveiros, analista de fundos imobiliários da Warren Investimentos.

O gráfico abaixo mostra o retorno acumulado, desde o início do ano até o começo de maio, para o índice de fundos de investimento imobiliários. Desde janeiro, considerando a alta de 9,5% do IFIX, os fundos de shopping foram os que mais se valorizaram no índice até a última sexta-feira (2).

Já em abril, os fundos de investimento imobiliário de lojas de varejo, ou renda urbana, e híbridos – que alocam em mais de um segmento ao mesmo tempo – empurraram o IFIX para máxima. O desempenho das três categorias superou a alta do índice.

Quais os melhores fundos para investir hoje?

No requisito de fundos imobiliários mais baratos, os FIIs de logística e, sobretudo, de shopping centers continuam descontados à média do IFIX.

Para os FIIs de galpões, o deságio médio é de 0,78 vezes, ou 22%. No setor de shoppings, chega a 0,76 vezes, o correspondente a 24%.

O setor de shoppings paga dividendos maiores, segundo Felipe Sousa, analista do ANDBank. A receita líquida da operação dos imóveis “tem aumentado neste ano”, afirma.

Ao mesmo tempo, ele considera que fundos multiestratégia (investem em diferentes tipos de ativos e mercados) e do tipo fundos de fundos (alocam seus recursos em cotas de outros fundos) apresentam desconto menor, mas “tem boas oportunidades”.

“Os fundos de fundos andaram, mas ainda existe o duplo desconto.”

Pesos pesados do IFIX, os fundos de investimento imobiliário de papel têm menor volatilidade, diz Gabriel Marreta, gestor da gestora Kilima.

“Setorialmente, todas as classes seguem descontadas. Fundos multiestratégia e de papel estão mais próximos da média do IFIX.”

Assim como o IFIX se recuperou entre março e abril, ele pode cair rapidamente, pontua Marreta.

Os analistas do Itaú BBA fazem coro.

“O cenário segue instável. A tendência de alta do IFIX pode ser interrompida conforme novas notícias forem sendo divulgadas.”