Ibovespa pode bater os 149 mil pontos com rali de ações no fim do ciclo de juros, diz XP

Para aproveitar a maré alta do Ibovespa, a XP vê oportunidades ligadas às ações domésticas, sensíveis à taxa de juros, em detrimento às commodities, impactadas pelo cenário global

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A XP aumentou sua estimativa para o preço-alvo do Ibovespa deste ano de 145 mil para 149 mil pontos. A corretora considera que o Brasil é um vencedor relativo entre os mercados emergentes e globais da guerra tarifária promovida por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.

Além disso, de acordo com o time de analistas da XP, liderado por Fernando Ferreira, o principal índice de ações da bolsa ganha impulso com a valorização de papéis da economia doméstica, à medida que o ciclo de alta de juros se aproxima do fim.

Os analistas da XP apontam que o rali das ações brasileiras deve continuar, mesmo no atual cenário de aversão a risco. É fato que os investidores têm mantido uma postura mais conservadora, sobretudo após o anúncio das tarifas de Trump em 2 de abril.

A guerra tarifária aumentou o grau de incerteza sobre as projeções de crescimento das empresas. Para além disso, outro efeito imediato ao anúncio de Trump sobre as tarifas foi a fuga do capital estrangeiro da bolsa brasileira.

Entretanto, esta debandada do capital estrangeiro vem arrefecendo nas últimas semanas.

Ganhadores e perdedores da guerra comercial

Houve uma reavaliação do mercado com relação aos vencedores da guerra comercial, sendo a América Latina uma das regiões mais protegidas das ameaças globais, avalia a XP.

Até segunda-feira (28), os estrangeiros registraram o sexto pregão consecutivo de entrada de recursos em ações listadas na B3, diminuindo o saldo negativo de abril para R$ 2,6 bilhões.

No ano, o saldo está positivo em R$ 7,9 bilhões.

Os analistas da XP avaliam que a economia relativamente fechada, além da tarifa mínima de 10% imposta pelos EUA a produtos importados brasileiros, são fatores que ajudam a impulsionar os fluxos de capital estrangeiro para a bolsa local.

A explicação é que os grandes investidores globais continuam o movimento de rotação de seus portfólios, saindo das ações dos EUA. Ademais, a desvalorização do dólar segue favorecendo os mercados emergentes.

Como surfar a onda da alta do Ibovespa

Para aproveitar a maré alta do Ibovespa, a XP vê oportunidades ligadas às ações domésticas, sensíveis à taxa de juros, em detrimento às commodities. Estas últimas são prejudicadas pelo ambiente de incerteza global.

Em suas carteiras recomendadas, a XP adicionou Stone (STOC34) e Lojas Renner (LREN3), além de aumentar sua posição em BRF (BRFS3).

Quando considera as ações pagadoras de dividendos, a XP considera como atraentes as ações da Vale (VALE3), Eletrobras (ELET3) e Copel (CPLE6).

Os analistas da XP avaliam que Natura (NTCO3) e Gerdau (GGBR4) estão mais expostas ao riscos locais (cenário inflacionário) e internacionais.

100 Dias de Trump

O PodInvestir, podcast original da Inteligência Financeira, produziu uma série de 4 entrevistas sobre os 100 primeiros dias do governo do presidente americano Donald Trump.

No quarto e último episódio, Thomas Wu, economista-chefe da Itaú Asset, gestora que administra mais de R$ 836 bilhões, analisa os impactos da volta de Trump à presidência dos EUA e o novo capítulo da guerra comercial com a China.

Entenda, no vídeo, como o embate entre as duas maiores potências afeta os mercados globais e o papel estratégico do Brasil.

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