Ibovespa se descola de bolsas globais, que afundam após tarifas recíprocas de Trump

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O Ibovespa (IBOV) repercute as tarifas de reciprocidade impostas pelos Estados Unidos.
Nos Estados Unidos, os principais índices de ações caíram até 5,4% pela manhã.
Na Europa, as principais bolsas fecharam em queda, com Londres caindo -1,71%, Frankfurt perdendo -3,08% e Paris, desabando -3,41%, em fechamento ainda preliminar.
Já o índice de ações da bolsa brasileira engata alta de 0,41% com forte desempenho de papéis voltados para a economia doméstica.
O setor financeiro sobe puxado por papéis de Bradesco (BBDC4), Itaú (ITUB4) e B3 (B3SA3), com altas superiores a 2%. Além disso, papéis voltados para o segmento de consumo, como a Ambev (ABEV3) disparam no índice. Transmissoras de energia também registram forte alta na bolsa hoje.
Por outro lado, Petrobras (PETR3;PETR4) e Vale (VALE3) pesam sobre o índice.
Bancos e elétricas ajudam Ibovespa a descolar de queda global
Os bancos e as ações de energia elétrica ajudam o Ibovespa a se descolar do mau-humor que contamina o mercado financeiro global.
O dólar cai globalmente diante de outras moedas, e se desvaloriza em 1,70% contra o real nesta quinta-feira.
Olhando para os mercados emergentes, por enquanto, Brasil e México são as únicas exceções de alta na América Latina. As bolsas de valores de Chile e Colômbia rondam a estabilidade, enquanto o índice Merval, da Argentina, cai mais de 2%.
Na B3, papéis do índice do setor financeiro apresentam volume financeiro de R$ 1,1 bilhão no pregão de hoje, com alta generalizada de bancos e financeiras.
As ações da B3 (B3SA3) agregam a maior alta até o momento na bolsa, de 3,06%. A seguir, Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4) registram ganhos de 2,80% e 2,36%, respectivamente.
Além disso, as companhias de energia elétrica também avançam na bolsa de valores hoje. O índice de empresas de utilidade pública, que contém papéis de saneamento além dos de energia, registra alta de 2,61%, movimentando R$ 728 milhões.
No setor lideram em volume os papéis da Eletrobras (ELET3), com alta de 2,26% e negociação envolvendo R$ 122 milhões. Sabesp (SBSP3) também se destaca, com avanço de 2,86% e movimentação de R$ 123 milhões.
Petrobras (PETR3) e Vale (VALE3) são contrapeso
Do outro lado da balança, Petrobras (PETR3) e Vale (VALE3), as duas ações com maior representatividade no Ibovespa hoje, registram forte queda após os anúncios de Trump.
A Petrobras acumula queda de 3,55% na ação ON (PETR3) e de 3,28% nas ações preferenciais (PETR4). Somadas, as duas envolvem negociações que chegam a quase R$ 1,6 bilhão no Ibovespa hoje.
A queda vem no mesmo sentido do barril de petróleo hoje. Nas bolsas de commodities de Londres, o contrato futuro da unidade do barril de óleo Brent caia mais de 7%. Por enquanto, o ativo fecha abaixo dos US$ 70 pela primeira vez desde março.
Outras ações do setor de óleo e gás aprofundaram quedas. A Brava Energia (BRAV3), por exemplo, caia 10%.
A Vale (VALE3) sofre impacto menor do que a Petrobras no Ibovespa hoje, mas ainda assim registrava desvalorização.
No índice, o papel caia 1,46%, com volume financeiro inferior ao da petroleira estatal de R$ 639 milhões.
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