Gestores estão mais pessimistas com Ibovespa
Apenas 31% dos gestores veem o Ibovespa acima de 120 mil pontos no fim do próximo ano, indica pesquisa

O sentimento dos gestores de fundos com o desempenho do Ibovespa se tornou mais negativo e preocupações com uma recessão no Brasil devido ao aumento das taxas de juros também se avolumaram.
Pesquisa mensal elaborada pelo Bank of America com gestores mostra que apenas 31% dos entrevistados veem o Ibovespa acima de 120 mil pontos no fim do próximo ano, contra 44% na pesquisa divulgada em outubro. Além disso, a maioria apontou que a Selic em 12% ao ano – o que já começa a aparecer em algumas projeções – poderia gerar uma recessão econômica no Brasil.
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No levantamento do BofA, já apareceram apostas sobre uma contração no PIB do Brasil no próximo ano, sendo que em outubro expectativa não estava no radar. Também aumentou a quantidade de gestores que esperam um crescimento entre zero e 1% em 2022 (pouco mais de 40%), sendo que em outubro essa era a expectativa de cerca de 20% dos entrevistados.
O sentimento em relação ao mercado acionário, em especial, mostrou forte deterioração na pesquisa do BofA. “Apenas 21% pensam que as ações terão desempenho superior (outperform) a outras classes de ativos no Brasil nos próximos seis meses, o menor nível desde o início da pesquisa, em 2018”, aponta o estudo do banco americano. Só 10% dos gestores esperam que o Ibovespa termine 2022 acima de 130 mil pontos, enquanto pouco mais de 40% veem o indicador entre 110 mil e 120 mil pontos no fim do próximo ano.
A maioria, inclusive, sinalizou acreditar que uma maior visibilidade política seria o melhor catalisador para um desempenho positivos dos preços das ações no ano que vem. Já em relação ao maior risco de cauda, a deterioração fiscal ultrapassou as eleições presidenciais e passou a ser considerado o ponto mais crítico na visão dos entrevistados.
A maior parte dos gestores também espera que a taxa de juros ultrapasse os dois dígitos em 2022. Além disso, 65% dos participantes apontaram que a Selic teria que atingir níveis acima de 10% para impedir o fluxo para o mercado acionário.
Em relação ao desempenho da moeda brasileira, apenas 20% dos gestores consultados pelo BofA disseram ver o dólar abaixo de R$ 5,10 no fim de 2022. Na ponta oposta, pouco mais de 15% dos entrevistados afirmaram acreditar que a moeda americana encerrará o próximo ano cotada entre R$ 5,71 e R$ 6,30.