EUA aplicam multa de US$ 3,4 bilhões a criador de pirâmide cripto preso no Brasil
Segundo a Bloomberg, trata-se da maior multa já aplicada em um processo da CFTC

A Justiça dos EUA condenou o empresário sul-africano Cornelius Johannes Steynberg, fundador da MTI (Mirror Trading International), por fraude envolvendo bitcoin, entre outras irregularidades, a uma multa de US$ 3,4 bilhões. O empresário, que era procurado pela Interpol, foi preso em Goiânia em 2021 e está no Brasil.
A decisão foi do juiz federal Lee Yeakel em processo movido pela CFTC (Comissão de Negociação de Futuros de Commodities), reguladora de derivativos e commodities dos EUA. Segundo a Bloomberg, trata-se da maior multa já aplicada em um processo da CFTC.
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O juiz condenou Steynberg por fraude ligada a transações de varejo em moeda estrangeira. O golpe atraiu investidores dos EUA, Canadá, Namíbia e África do Sul, onde a Autoridade de Conduta do Setor Financeiro colocou a MTI em liquidação em dezembro de 2020.
Entre 2018 e 2021, Steynberg participou de um “esquema fraudulento de marketing multinível” global para negociar bitcoin em um pool de commodities não registrado operado pela MTI, de acordo com a CFTC.
Steynberg solicitou pelo menos 29.421 bitcoins, no valor de mais de US$ 1,7 bilhão em março de 2021, de pelo menos 23 mil indivíduos nos EUA. “Seja direta ou indiretamente, os réus se apropriaram indevidamente de todo o bitcoin que aceitaram dos participantes do pool”, disse a CFTC.
A CFTC reconhece que apesar de aplicar a multa, dificilmente a iniciativa resultará na recuperação do dinheiro. A CFTC proibiu Steynberg de negociar em qualquer mercado regulado pela agência.
O escândalo levou as autoridades sul-africanas a regular as negociações de criptomoedas, exigindo licença das corretoras e considerando as moedas digitais como produtos financeiros.
Por Toni Sciarretta