Vendas no varejo caem 0,1% em fevereiro, aponta IBGE

Após abrir o ano em alta, o volume de vendas no varejo restrito teve recuo de 0,1% em fevereiro, na série com ajuste sazonal, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira. Em janeiro de 2023, o comércio restrito tinha avançado 3,8%, após uma queda de 2,8% em dezembro de 2022.
Na comparação com fevereiro de 2022, o varejo restrito avançou 1%. O comércio restrito acumula alta de 1,3% no resultado acumulado em 12 meses até janeiro.
A queda de 0,1% do varejo restrito em fevereiro veio menor que a mediana estimada pelo Valor Data, apurada junto a 23 consultorias e instituições financeiras, que era de recuo de 0,3%. O intervalo das projeções para o varejo restrito ia de diminuição de 1,2% a crescimento de 0,8%.
Já a alta de 1% ante fevereiro de 2022 foi maior que a esperada. A expectativa mediana do Valor Data era de aumento de 0,4%, com intervalo entre queda de 1,4% e crescimento de 3,6%.
A divulgação de fevereiro é a segunda da Pesquisa Mensal do Comércio após a reestruturação das pesquisas conjunturais do IBGE, que significa também a divulgação de uma nova série histórica, com o encadeamento entre a nova pesquisa e a antiga. A atualização da pesquisa, que ocorre de forma periódica na rotina do IBGE, inclui uma nova amostra de empresas, inclusão e exclusão de atividades e alterações nos pesos dos produtos, entre outras mudanças.
No varejo ampliado, que inclui as vendas de veículos e motos, partes e peças, material de construção e atacarejo, o volume de vendas subiu 1,7% na passagem entre janeiro e fevereiro, já descontados os efeitos sazonais.
Os analistas de 20 bancos e consultorias esperavam aumento de 0,7%, segundo a mediana. O intervalo das projeções ia de recuo de 0,1% a aumento de 2,5%.
Em janeiro, perante o mês anterior, o comércio ampliado tinha avançado 0,2%.
Na comparação com fevereiro de 2022, o volume de vendas do varejo ampliado cedeu 0,2%. A expectativa mediana, pelo Valor Data, era de elevação de 1,7%. As projeções variavam entre decréscimo de 4,3% e aumento de 0,8%.
Seis das oito atividades pesquisadas no varejo restrito, que não inclui automóveis e material de construção, registraram baixa no mês em fevereiro. Na comparação com igual intervalo de 2022, também foram seis das oito atividades com queda.
Na passagem entre janeiro e fevereiro, os destaques negativos foram equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-10,4%), tecidos, vestuário e calçados (-6,3%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,0%), móveis e eletrodomésticos (-1,7%), hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,7%) e combustíveis e lubrificantes (-0,3%).
As duas únicas atividades que escaparam do campo negativo foram artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,4%) e livros, jornais, revistas e papelaria (4,7%).
No varejo ampliado, que inclui automóveis e peças, material de construção e atacarejo, houve alta de 1,4% em veículos, motos, partes e peças e queda de 2% no material de construção, na série com ajuste sazonal.
Na série com ajuste sazonal, frente ao mês imediatamente anterior, ainda não há informações sobre o atacarejo, terceira atividade do varejo ampliado, que passou a ser investigada de forma independente desde o início de 2023.
Na comparação anual, as três atividades registraram queda: veículos e motos, partes e peças (-1,5%), material de construção (-5,9%), e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo (-9,5%).
Das 27 unidades da federação, 14 apresentaram queda no volume de vendas em fevereiro ante janeiro, com destaque para: Paraíba (-11,5%), Espírito Santo (-5,2%) e Piauí (-1,9%). Por outro lado, houve altas nas 13 demais unidades, entre janeiro e fevereiro, com destaque para: Roraima (2,7%), Maranhão (2,0%) e Amapá (1,8%).
Por Lucianne Carneiro, do Valor Econômico
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