Trump na Casa Branca significa dólar forte no Brasil, indica pesquisa exclusiva da IF

Donald Trump voltou ao poder nesta segunda-feira (20), ao tomar posse como 47º presidente dos Estados Unidos. Em seu discurso, ele traçou planos para uma série imediata de ordens e ações destinadas a mudar drasticamente o curso dos EUA.

“A era de ouro da América começa agora”, declarou Trump ao iniciar um discurso de posse de 29 minutos, pouco depois dele e do vice-presidente JD Vance terem prestado juramento na Rotunda do Capitólio.

Mas o que significa para o Brasil e, mais especificamente, para os seus investimentos, o retorno de Trump à Casa Branca?

A agenda política de Trump, desde as tarifas comerciais à desregulamentação de setores da economia, acarreta riscos e recompensas para diferentes categorias de investimento.

Esta é a avaliação de gestores de investimentos ouvidos pela Inteligência Financeira em um levantamento exclusivo. O resultado completo da pesquisa Inteligência Financeira Onde Investir 2025 será conhecido a partir desta semana aqui no site.

O principal foco de atenção com relação às tarifas comerciais é a possibilidade, no limite, de uma guerra comercial. E, com isso, a redução de fluxos financeiros para economias emergentes. É o caso do Brasil.

A perspectiva de guerras comerciais, principalmente entre Estados Unidos e China, prejudica empresas no Brasil direta (tarifas de importação) e indiretamente (maior desaquecimento chinês por conta de uma redução dos fluxos comerciais).

China e Estados Unidos são dois dos principais parceiros comerciais do Brasil atualmente.

Faça o download da pesquisa Inteligência Financeira Onde Investir 2025.

O que você vai encontrar:

• Onde investir diante do atual cenário de incerteza político-econômico no Brasil e no mundo
• A carteira de investimentos ideal para 2025
• Donald Trump retorna à presidência dos EUA: veja impactos para dólar, juros e criptoativos
• Otimismo com relação à economia dos Estados Unidos: o que isso significa para os investimentos?
• Preocupação com as perspectivas de crescimento na China: quais os riscos para setores e ações no Brasil?
• Expectativa de desaceleração da economia brasileira: veja como cuidar dos seus investimentos agora

E você com isso?

Para você, investidor, o retorno de Trump à Casa Branca pode representar dólar mais forte. O que, por consequência, deve trazer pressão maior para a inflação no Brasil. Essa é a avaliação de mais de 83% dos gestores que responderam à pesquisa.

O levantamento reforça a visão explicitada pelo Boletim Focus desta segunda-feira, também uma pesquisa e também obtida a partir da impressão de agentes do mercado.

Assim, de acordo com o Focus a previsão de inflação para o fim deste ano pulou de 5% para 5,08%. O dólar, que ronda em torno dos R$ 6 faz tempo, deve seguir neste patamar.

Dessa maneira, não à toa, o Itaú divulgou relatório em que indica que a taxa Selic pode alcançar 15,75% ao ano. E isso ao fim do primeiro semestre deste ano – a previsão era de 15% anteriormente. O Comitê de Política Monetária (Copom) já indicou dois aumentos da taxa básica de juros nas duas primeiras reuniões do colegiado neste ano. Assim, a taxa que hoje é de 12,25%, chegará a 14,75% ao ano se não houver surpresas.

Trump: ações e setores da bolsa de valores no Brasil

Por aqui, segundo os gestores, as ações de empresas de petróleo e gás, mineradoras e as fabricantes de papel e celulose devem ser beneficiadas pela desvalorização do real e o dólar forte. Vale ficar de olho nas ações de commodities, portanto.

Ainda segundo os gestores ouvidos pela Inteligência Financeira, as ações de empresas de setores cíclicos (varejo de moda, eletrodomésticos e eletroeletrônicos, além de construtoras e incorporadoras) devem ser mais arriscados.

A despeito de Trump, quando consideram o cenário local, os gestores avaliam que a renda fixa permanece forte em 2025.

Pesquisa exclusiva Inteligência Financeira Onde Investir 2025

De 13 de novembro a 18 de dezembro de 2024, colhemos informações de 24 gestores de 19 corretoras localizadas em São Paulo e no Rio de Janeiro.

O levantamento ouviu um grupo super qualificado de especialistas em investimentos. Juntos, eles administram R$ 1,826 trilhão em recursos de investidores.

Dentro das gestoras onde trabalham, esses profissionais ocupam o cargo de ‘gestor de portfólio de ações’, ‘gestor de carteira/hedge funds’ e ‘trader’.

Considerando os mandatos dos gestores ouvidos pela Inteligência Financeira, isto é, o campo de atuação, eles incluem: Brasil (mercado local), América Latina e global.

Em linhas gerais, a pesquisa estimulava os participantes a responderem de cinco maneiras diferentes a um determinado questionamento. As alternativas eram: 1- discorda totalmente; 2- discorda parcialmente; 3- não discorda, nem concorda; 4- concorda parcialmente; e, finalmente, 5- concorda totalmente.

As respostas foram concedidas sob condição de anonimato.

Mas os participantes trabalham nas seguintes gestoras: 3R Investimentos, Bresser Asset, Caixa Asset, Cardinal Partners, CPPIB (Canada Pension Plan Investment Board), Fact Investments, Itau Asset, Kinea, Kilima, MAPFRE Investimentos, Milestones, Moat Capital, Monte Bravo, MoS Capital, Sarpen Quant Investments, SFA Investimentos, Tenax Capital, Trilha Investimentos e Vivest.