PMI de serviços do Brasil recua e composto indica retração em novembro

O aumento da incerteza do mercado pesou sobre o desempenho do setor de serviços em novembro, com o volume de novos pedidos e a atividade de negócios se expandindo de forma mais lenta em um ano e meio. Com recuperação mais branda no emprego, a confiança em relação ao futuro caiu para o menor nível em treze meses. Soma-se a isso a alta dos preços de insumos, decorrente da valorização do dólar, que levou a maiores preços de venda.
O PMI de Serviços da S&P Global, caiu de 54,0 em outubro para 51,6 em novembro. Leituras acima de 50 indicam expansão. Novembro foi o 18º mês consecutivo de expansão.
Algumas empresas apontaram a incerteza do mercado e a perda dos clientes como fatores atrapalhando a expansão. O volume de novos pedidos continuou a aumentar no meio do quarto trimestre, mas a taxa de expansão caiu para o nível mais fraco em um ano e meio. A recuperação foi restringida por questões políticas e econômicas.
“Os impactos das eleições presidenciais divididas no Brasil extravasaram do campo político para o campo econômico, significativamente mais na indústria do que no setor de serviços”, afirmou Pollyanna De Lima, Diretora Associada de Economia da S&P Global Market Intelligence. “Os provedores de serviços indicaram que a incerteza em relação ao futuro para as políticas públicas e a economia em geral diminuíram a demanda em novembro. O volume de novos negócios ainda aumentou, porém no ritmo mais lento desde maio de 2021.“
As empresas do setor de serviços também ficaram divididas em suas próprias projeções para o futuro. Cerca de 54% das empresas preveem crescimento da produção em 2023, com o otimismo centrado na esperança de reformas estruturais, taxas de juros mais baixas e inflação contida. Contudo, muitos estavam preocupados com a possibilidade de que questões políticas pudessem prejudicar a economia.
Já os dados de novembro para o PMI Composto indicam o fim de uma sequência 17 meses de expansão. O PMI Composto da S&P Global caiu de 53,4 em outubro para 49,8, indicando uma taxa de redução fracionária. A produção industrial despencou, enquanto o crescimento da atividade de serviços caiu para o menor nível em dezoito meses.
A divergência setorial também foi considerável no que diz respeito aos novos negócios. Os pedidos de fábrica caíram no ritmo mais acentuado desde maio de 2020, enquanto o crescimento das vendas foi sustentado na economia de serviços, ainda que embora com desaceleração. Os novos pedidos agregados caíram pela primeira vez em dezenove meses. O emprego no setor privado, por fim, ficou praticamente estagnado em novembro.
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