Morte de Elizabeth 2ª fará Reino Unido mudar hino, moeda, selo e até bandeira; entenda

A imagem e a iconografia de Elizabeth desaparecerão paulatinamente do tecido da vida nacional no Reino Unido

Após o mais longevo reinado da história atual, o Reino Unido terá que aprender dia a dia a se despedir da rainha Elizabeth 2ª e da sua imagem nos símbolos mais populares, como moedas, selos e bandeiras.

Segundo o “The Guardian”, a imagem e a iconografia de Elizabeth desaparecerão paulatinamente do tecido da vida nacional no Reino Unido. Na Commonwealth levará muito mais tempo. A retirada do nome de Elizabeth 2ª será um longo processo.

Bandeiras

Das bandeiras que tremulam fora das delegacias de polícia em todo o Reino Unido ao padrão usado em um navio da Marinha quando um general está a bordo, milhares de bandeiras estampadas com EIIR (abreviação de Elizabeth 2ª Regina, em português Rainha Elizabeth 2ª) precisarão ser substituídas.

O mesmo acontecerá em regimentos militares, com as quatro bandeiras de serviço incluem suas iniciais e os países onde a rainha permanece chefe de estado: Austrália, Canadá e Nova Zelândia. Essas bandeiras têm o que os especialistas em flâmulas e pendões chamam de “bandeiras E” – bandeiras específicas para a rainha, usadas quando ela está visitando um país.

Há ainda a possiblidade de o estandarte real – a bandeira que tremula onde quer o monarca escolhe como residência – também possa mudar. A versão usada pela rainha inclui um quarto representando a Escócia (um leão desenfreado), um para a Irlanda (uma harpa) e dois representando a Inglaterra (três leões passantes), mas nenhum para o País de Gales ter sua própria bandeira nacional, reconhecida em 1959. O próximo monarca poderia incorporar um elemento galês.

Caixas de correio e selos

Provavelmente as caixas de correio real, Royal Mail, com a cifra real da rainha Elizabeth, ER, não serão modificadas. Até hoje algumas estampam a cifra GR, Rei George VI, 70 anos após seu falecimento. Os Correios, porém, deverão trocar carimbos, substituindo a imagem da rainha pelo perfil do novo monarca, Rei Charles.

Notas e moedas

Estima-se que há 4,5 bilhões de cédulas em circulação com o rosto da rainha, no valor combinado de £ 80 bilhões (80 bilhões de libras esterlinas). A substituição de todos eles com a imagem do rosto do novo monarca poderá demorar, pelo menos, dois anos. Na emissão de notas sintéticas de 50 libras esterlinas, o processo de recall e substituição coordenado pelo Bank of England (Banco da Inglaterra, uma espécie de Banco Central do Reino Unido) demorou 16 meses.

O rosto de Elizabeth 2ª só começou a aparecer em notas de uma libra, imagem criada pelo designer Robert Austin, em 1960, oito anos após subir ao trono.

Para a imagem de um novo monarca estampar notas e moedas, o processo deve ser acordado com o Palácio de Buckingham.

No Canadá, o rosto de Elizabeth 2ª aparece em algumas novas de 20 dólares canadenses. A rainha também está em moedas na Nova Zelândia e em todas as moedas e notas emitidas pelo banco central do Caribe Oriental, bem como em outras partes da Commonwealth.

Hino nacional

Uma das mudanças, na teoria, está relacionada às palavras mais conhecidas do hino nacional. Hoje a parte da primeira e mais famosa estrofe do hino do Reino Unido começa assim: “Deus salve nossa graciosa Rainha”. E deve mudar para: “Deus salve nosso gracioso Rei”.

Há quem aposte que levará algum tempo até que grandes multidões cantem a nova versão com confiança. O hino do Reino Unido é executado desde 1745, quando uma versão inicial dizia em uma tradução livre: “Deus salve o grande George, nosso rei, Viva nosso nobre rei, Deus salve o rei”.

Orações e outros símbolos da realeza

A morte da rainha Elizabeth 2ª também provocará uma sucessão de mudanças em orações que citam a monarca e outros símbolos da realeza. Na igreja da Inglaterra, a rainha era a “defensora da fé e governadora suprema”. Existem orações para ela no Livro de Oração Comum, que data de 1662.

A expectativa é que sejam providenciadas alterações para ajustar as preces ao novo monarca. Esse processo exige uma mudança na legislação ou um mandado real, como aconteceu após a morte da rainha-mãe, em março de 2002.

No caso das conhecidas armas reais, que estampam um leão e um unicórnio desenfreado contra um escudo, frequentemente usadas em instalações e artigos de papelaria do governo, qualquer mudança seria dispendiosa, mas pode ser que isso não seja necessário. A mudança depende do novo monarca. Se ele decidir representar o País de Gales no escudo em linha com qualquer mudança no padrão real.

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