Mercado de trabalho forte reforça sinalização de juros mais altos nos EUA

Bancos avaliam que Federal Reserve deve subir a taxa em 0,75 ponto percentual na próxima reunião

Com o resultado do ‘payroll’ de junho mais forte que o esperado, e com o mercado de trabalho nos Estados Unidos ainda mostrando resiliência, os bancos internacionais reforçaram a expectativa de uma alta de 0,75 ponto percentual nos juros pelo Federal Reserve (Fed) na reunião de 27 de julho para combater a inflação elevada.

“O relatório de mercado de trabalho de hoje indica um mercado de trabalho superaquecido que apenas começa a desacelerar. Nós continuamos a esperar uma alta de 0,75 pp na taxa dos fed funds em julho, seguida por outras altas de 0,50 pp em setembro e 0,25 pp em novembro e dezembro”, informam o economista Jan Hatzius e sua equipe em relatório do Goldman Sachs enviado a clientes no fim da manhã de hoje.

Os dados do ‘payroll’ mostraram a criação de 372 mil vagas em julho, acima do consenso de 265 mil calculado pelo Goldman. A taxa de desemprego ficou inalterada em 3,6% e os ganhos salariais subiram 5,1% em base anual.

Para Julian Richers e sua equipe de economistas do Morgan Stanley, o ‘payroll’ de junho reduziu os temores de que a desaceleração econômica está atingindo o mercado de trabalho. “No contexto de aumento de temores de recessão, os números de novas vagas forneceram um importante sinal de que o mercado de trabalho ainda está se mantendo firme”, dizem os economistas, em relatório.

Os economistas do Morgan Stanley citam uma declaração feita ontem pelo membro do conselho do Fed, Christopher Waller, de que uma criação de 270 mil novos empregos em junho seria “fenomenal”. “O número de hoje foi certamente muito maior que isso, o que reforça nossa expectativa de uma alta de 0,75 pp em julho com mais altas sendo registradas até o fim do ano, quando a taxa deve atingir 3,625% em dezembro”, diz o Morgan Stanley.

O economista-chefe de internacional do ING, James Knightley, também afirma que o relatório apenas reforçou uma nova alta de 0,75 pp em julho. Segundo ele, se na próxima quarta-feira, a inflação vier perto de 9%, a alta de 0,75 pp pode ser dada como certa. “Enquanto os mercados e economistas estão cada vez mais preocupados com o cenário econômico, parece que as empresas permanecem otimistas com apetite para contratar que não diminui. “Por isso, é cada vez mais provável que o Fed responda mais agressivamente à ameaça da inflação com novas altas de 0,75 pp em julho, 0,50 pp em setembro e novembro e uma alta final de 0,25 pp em dezembro”, diz Knightley em relatório. Segundo ele, também é provável que o dólar teste a paridade com o euro nos próximos dias.

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