China está jogando War; os EUA, banco imobiliário, diz Thomas Wu, do Itaú

Em entrevista ao PodInvestir, economista-chefe da Itaú Asset comenta impactos da guerra comercial entre EUA e China nos mercados, inclusive no Brasil

Passadas algumas semanas desde que Donald Trump anunciou seu tarifaço contra o mundo, está claro que o grande objetivo da guerra comercial dos Estados Unidos é atingir a China. Essa é a opinião de Thomas Wu, economista-chefe da Itaú Asset.

Para ele, no entanto, essa disputa já tem um vencedor. E não são os americanos.

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“É como se o Xi Jinping (presidente chinês) estivesse jogando War (jogo de estratégia de guerra), e o Trump estivesse jogando Banco Imobiliário. Acho que essa é a diferença. Eles (os chineses) têm confiança e (dizem) ‘a gente consegue ganhar essa partida'”.

Thomas Wu é o novo entrevistado do PodInvestir, podcast original da Inteligência Financeira.

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Ele encerra a série com quatro programas dedicados a compreender como o mercado financeiro brasileiro está reagindo aos frenéticos 100 primeiros dias de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos.

O PodInvestir está disponível nas principais plataforma de áudio e vídeo.

Confiança

Conhecedor do mercado asiático, Thomas Wu acaba de retornar de uma viagem à China. Para ele, desde que começaram os anúncios de tarifas por parte de Donald Trump, os representantes do mercado chinês têm aprovado as respostas de Xi Jinping.

“Por enquanto, é um sentimento de muita confiança no XI Jinping e na capacidade da China de enfrentar esse problema”, disse.

“Eu acho que os Estados Unidos enxergam muito essa questão como uma questão econômica. A China enxerga como uma questão geopolítica. Uma oportunidade, não como uma crise”, contou Wu.

Segundo ele, a percepção é de que os chineses enxergam isso como um “objetivo do Partido Comunista colocar a China de volta como centro da civilização. Um papel que veem que ocuparam por 2.000, 3.000 anos”.

Exportações em risco

Dona de um gigantesco superávit comercial, a China vendeu em 2024 US$ 1 trilhão a mais do que ela comprou do exterior. Durante a entrevista, Thomas Wu concordou que a superpotência exportadora, de certa forma, fica em risco com essa briga com os Estados Unidos.

Durante a entrevista, Thomas Wu disse que a China sabe que a guerra comercial trará impactos, mas está preparada para uma disputa longa com os norte-americanos.

“Isso vai causar uma dor econômica e uma oportunidade geopolítica que tem o seu custo econômico. Inclusive, isso explica por que a China está sendo tão comedida. Eu acho que o grande burburinho de mercado hoje é se a China vai criar um incentivo fiscal. Qual vai ser o tamanho do (incentivo) fiscal? A estratégia é se reorganizar para ocupar esse vácuo que os Estados Unidos estão deixando e, assim, sair disso mais forte”.

Brasil, commodities e tecnologia

Além de explicar como o embate entre as duas maiores potências afeta os mercados globais, o economista chefe do Itaú discorreu sobre o papel estratégico do Brasil neste momento. E por que robôs, inteligência artificial e commodities podem se tornar os principais vetores de transformação econômica nos próximos anos. 

Professor nos EUA

Thomas Wu, hoje economista-chefe da Itaú Asset, trabalhou na Verde Asset, de Luis Stuhlberger e, anteriormente, foi sócio e economista chefe da Ventor Investimentos.

Ele é bacharel e mestre em economia pela PUC-Rio, e PhD em economia pela Universidade de Princeton EUA). Durante nove anos, foi professor da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, nos Estados Unidos.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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