Genéricos crescem mais do que o mercado total pelo segundo ano consecutivo

As fabricantes de genéricos vivem um bom momento pelo segundo ano consecutivo. Com a queda da renda da população brasileira, esse tipo de medicamento foi a alternativa para manter o tratamento de doenças como pressão alta e diabetes.
Em 12 meses terminados em novembro, o volume comercializado cresceu 6,57%, no comparativo com o mesmo período de 2020. Foram 1,736 bilhão de unidades de genéricos vendidas no varejo farmacêutico do país, 107 milhões de unidades a mais que o verificado no ano anterior, segundo dados do IQVIA, empresa que audita ov arejo farmacêutico no país.
De acordo com os dados, os genéricos cresceram quase o dobro do mercado farmacêutico total, que registrou 3,91% de expansão em unidades nos últimos 12 meses móveis. “Os dados confirmam mais uma vez que os genéricos são o motor de crescimento da indústria e o principal instrumento de acesso a medicamentos no país”, diz Telma Salles, presidente da PróGenéricos.
Segundo ela, a participação dos genéricos nas vendas do mercado total chega a 36%, se contabilizar os negócios no segmento institucional, a fatia dos genéricos chega a 50%. “Nesses dois anos, as empresas conseguiram entregar os seus produtos e não desabasteceram o mercado. Apesar de tudo, os genéricos conseguiram crescer mais que o mercado total. Dos 20 medicamentos mais prescritos no país, 15 são genéricos.”
Salles ressaltou, ainda, que o crescimento dos genéricos frente aos medicamentos de referência foi ainda mais acentuado. Este segmento registrou expansão deapenas 2,23% no período analisado. “Com descontos atrativos em relação aos medicamentos inovadores, os genéricos se tornaram o porto seguro dos consumidores para manter em dia os tratamentos, preservando orçamento familiar,neste momento de queda da massa salarial e alta de desemprego”, avalia Salles.
“A economia proporcionada aos consumidores desde que osg enéricos chegaram ao mercado em 2000 já soma R$ 202 bilhões, considerando apenas o desconto de 35% previsto em lei para este tipo de medicamento.” Dentre os produtos mais vendidos nesses 12 meses, o anti-hipertensivo losartana, o analgésico dipirona sódica e o diurético hidrocloritiazida se destacam no período, deacordo com os dados.
Além disso, um dos segmentos de destaque no acumulado até novembro no canal farmácia foi o de medicamentos para controle do colesterol. Os genéricos cresceram 8,42% neste estrato, enquanto os medicamentos de referência encolheram 1,03%. Os genéricos também experimentaram forte crescimento no segmento de anti-depressivos, com expansão de 14,65%, contra crescimento de 0,47% nos medicamentos de referência.
Para 2022, Salles acredita que o segmento deve manter o desempenho, pois, há fatores que podem estimular as vendas de genéricos. Como o lançamento de moléculas que era protegidas pelo parágrafo único do Artigo 40, da Lei de Patentes,que foi derrubado este ano e pode estimular o desenvolvimento de novos medicamentos.
“Estamos em um ambiente seguro do ponto de vista jurídico. A insegurança não permitia as empresas apostarem no escuro. Acredito que a próxima década será muito positiva para a população e para as empresas com a possibilidade deaumento do portfólio de genéricos no país.”
Leia a seguir