Fundos de investimento fecham 2021 com captação líquida de R$ 369 bi, alta de 106,3% ante 2020

O setor de fundos de investimentos fechou 2021 com uma captação líquida de R$ 369,0 bilhões, volume 106,3% maior do que no ano anterior e muito acima da média da última década, de R$ 137,8 bilhões. Segundo dados consolidados pela Anbima, que representa o mercado de capitais e de investimentos, o patrimônio da indústria alcançou a marca de R$ 6,9 trilhões, com alta de 12,7% em relação a 2020.
Na toada do ciclo de alta de juros, a renda fixa atraiu R$ 215,2 bilhões, maior captação líquida desde 2002 – em 2020, houve resgates líquidos de R$ 38 bilhões. Os fundos de investimentos em diretor creditórios (FIDC) também foram destaque, com ingresso de R$ 77,1 bilhões, mas nessa conta há concentração de uma carteira corporate de fornecedores da Petrobras, que traz volatilidade para essa base.
Os multimercados receberam R$ 59,6 bilhões, um decréscimo de 43% em relação ao fluxo observado em 2020. Os fundos de ações fecharam com entrada líquida de apenas R$ 200 milhões, depois de R$ 73,3 bilhões no ano anterior. As saídas nessas duas classes se concentraram no segundo semestre, com resgates de R$ 3,6 bilhões nas carteiras dedicadas à bolsa e de R$ 31,5 bilhões nos fundos mistos.
O desempenho piorou à medida que os juros subiam, com os gestores com dificuldade para rentabilizar as carteiras em meio à queda generalizada dos ativos de risco.
Entre um ano e outro, a renda fixa acabou recuperando participação na indústria entre um ano e outro, passando de 36,2% do bolo para 37,1%. Os estruturados também ganharam relevância, de 12,2% para 15%. A fatia em fundos de ações diminuiu de 10,1% para 8,4%, interrompendo um ciclo de ampliação que se via desde 2017.
O universo dos estruturados alcançou um patrimônio de R$ 1,030 trilhão, com aumento de 38,6% de 2020 para 2021. Os fundos de participações em empresas (FIP) ampliaram a fatia de 52,8% para 53,8%.
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