Diretor do BC alerta: inflação acima da meta e expectativas desancoradas preocupam

Paulo Picchetti apontou que a inflação de serviços tem sido o principal ponto de preocupação para os dirigentes da autoridade monetária

Paulo Picchetti, diretor do Banco Central do Brasil
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Paulo Picchetti, diretor do Banco Central do Brasil Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

O diretor de assuntos internacionais e gestão de riscos corporativos do Banco Central, Paulo Picchetti, deu ênfase ao cenário de incertezas elevadas que tem rodeado a economia doméstica.

Ele destacou que a inflação corrente está alta, espalhada e “bem acima do teto da meta”, ao mesmo tempo em que as expectativas de inflação de longo prazo seguem desancoradas.

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“É uma preocupação grande, como temos comunicado na ata e em cada decisão”, disse.

Inflação de serviços preocupa

Ao participar de evento do Itaú em Washington nesta quinta-feira, às margens da reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, Picchetti apontou que a inflação de serviços tem sido o principal ponto de preocupação para os dirigentes da autoridade monetária.

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Além disso, mostrou preocupação com a desancoragem das expectativas, ao observar que a mediana das projeções para o IPCA deste está “bem acima” da meta, enquanto a da inflação de 2026 já está no teto da meta.

Picchetti, em sua apresentação, também mostrou que a distribuição das projeções dos economistas de mercado, capturadas no Boletim Focus, mostra que há muita incerteza em torno das estimativas para a inflação à frente, assim como para as expectativas de crescimento econômico.

O dirigente lembrou que, nos últimos anos, o Produto Interno Bruto (PIB) tem surpreendido positivamente, em um desempenho espalhado pelos setores, e não apenas presente nos segmentos mais cíclicos.

Queda no consumo das famílias

Ao observar os dados do crescimento do PIB no quarto trimestre de 2024, Picchetti notou que houve uma queda no consumo das famílias, que teria sido “um dos primeiros sinais incipientes de desaceleração da atividade”.

“Estamos falando de incerteza em relação a isso”, disse o dirigente, ao notar, ainda, que o desemprego tem sido revisado para baixo nos últimos anos, enquanto o hiato do produto (medida de ociosidade da economia) está positivo e, nas projeções do BC, só volta para o campo negativo ao longo do horizonte relevante da política monetária, no terceiro trimestre de 2026.

O dirigente também abordou, na apresentação, o novo consignado para trabalhadores com carteira assinada e apontou que, até o momento, a autoridade monetária ainda não incorporou os efeitos da medida às projeções, além de ter enfatizado que não está muito claro qual o impacto na atividade econômica.

“É uma das incertezas sobre quanto disso será transformado em nova dívida e o quanto será migração para dívidas menos custosas”, afirmou Picchetti.

*Com informações do Valor Econômico

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