Nicholas McCarthy, CIO do Itaú Unibanco: Brasil pode se beneficiar com efeitos do tarifaço de Trump
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A semana começou agitada para o mercado mundial. Tanto que as bolsas de Nova York, nos EUA, Frankfurt, na Alemanha, Tóquio, no Japão, e outros países tiveram quedas acentuadas. Tudo isso se deu após o novo pacote de tarifas do governo de Donald Trump, juntamente com retaliação vinda da China.
Aliado a isso, vem o temor por uma recessão da economia norte-americana. O banco de investimentos Goldman Sachs, por exemplo, subiu para 45% a probabilidade dessa recessão de fato acontecer.
Mas, para Nicholas McCarthy, CIO do Itaú Unibanco, o olhar é mais cauteloso. “Apesar dos riscos terem aumentado consideravelmente, nós ainda acreditamos que não haverá uma recessão americana e consequentemente não haverá uma recessão mundial”, afirma o executivo em live nesta segunda-feira (7).
Posição neutra
Durante a conversa com Martin Iglesias, especialista líder em recomendação do banco, McCarthy conta que desde abril do ano passado o banco vem mantendo uma posição neutra em relação aos investimentos internacionais.
E será que este é o momento de rever os investimentos? Para o especialista, ainda não. “Acho que a gente precisa ver o andar da carruagem, ou seja, como ficarão as medidas impostas e as contramedidas para assim tomarmos alguma decisão de investimento”, pondera.
Por outro lado, o executivo conta que se o investidor estiver desconfortável com alguma posição dentro de sua carteira de investimentos globais, o ideal então, é “diminuir um pouco aquela posição. Eu prefiro sempre fazer isso, porque se for comprar um outro ativo, você corre o risco do teu investimento continuar se desvalorizando e o ativo que você comprou também pode perder valor. Por isso, realmente acho que nesse momento as carteiras devem estar neutras”, comenta.
Dólar perdendo status
Ao longo da live, Iglesias questionou o CIO do Itaú Unibanco sobre o dólar estar mundialmente perdendo força.
Para McCarthy, a moeda norte-americana já vem caindo. “E a justificativa para isso está na redistribuição dos fluxos de capitais mundiais saindo dos Estados Unidos e indo para o resto do mundo”, comenta.
E isso inclui o Brasil. Afinal de contas, para o executivo, o país está sendo beneficiado não só com o rebalanceamento mundial, mas também com a tarifa imposta, que por aqui teve uma porcentagem menor em relação ao restante do mundo.
“Acredito que atualmente o Brasil está bem posicionado. Até por conta das ações do Banco Central de subir os juros para conter a inflação. Assim como as projeções de corte de juros no ano que vem. O mundo, então, tem essa oportunidade de comprar o Brasil”, argumenta.
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