Brasil pode se favorecer de guerra comercial entre Estados Unidos e China

O acirramento da guerra comercial entre Estados Unidos e China tenderá a favorecer o Brasil, principalmente na relação com seu parceiro comercial asiático.

Para Ágathe Demarais, pesquisadora sênior do Conselho Europeu de Relações Exteriores, esse movimento deve repetir o que se viu durante o primeiro mandato de Trump, entre 2017 e 2012.

Naquele período, ela escreveu na terça-feira (04) no X, ex-Twitter, o Brasil foi o grande beneficiário do início das tarifas americanas à China, o que levou a retaliações da mesma magnitude do país asiático.

“No primeiro mandato de Trump, as exportações brasileiras para a China saltaram, na medida em que a China trocou a soja e o milho americano pelo brasileiro”, escreveu a economista francesa. Confira o post aqui.

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    Brasil já ganhou com guerra comercial

    Em 2018, durante o primeiro mandato de Trump, os EUA e a China se envolveram em tarifas retaliatórias que levaram Pequim a tomar medidas permanentes para reduzir sua dependência de produtos agrícolas americanos.

    A participação das importações de soja da China dos Estados Unidos caiu para 18% nos primeiros 11 meses de 2024, de 40% em todo o ano de 2016. Enquanto isso, a participação do Brasil cresceu de 46% para 74%, de acordo com dados da alfândega chinesa.

    Tradicionalmente, a soja brasileira é colhida no início do ano. O produto, então, domina o comércio global até que os suprimentos dos Estados Unidos entrem no mercado a partir de agosto agosto.

    No ano passado, o Brasil foi responsável por 54% das importações chinesas de soja do primeiro trimestre. Os Estados Unidos, assim, forneceram 38%.

    A China compra mais de 60% de todo comércio de mundial de soja.

    Entenda a disputa de tarifas

    Na última terça-feira, Donald Trump encerrou as negociações e colocou em prática tarifas de 25% contra seus antigos parceiros comerciais Canadá e México.

    Com relação a China, Trump aumentou os impostos sobre importação de produtos para 20% em todos os setores. Uma série de bens chineses já estavam sujeitos a tarifas de 10% a 25%, cobradas por Trump durante seu primeiro mandato.

    A China respondeu às novas tarifas dos EUA anunciando no mesmo dia que imporá tarifas adicionais de até 15% sobre as importantes de produtos agrícolas dos EUA. Inclui assim uma lista com produtos como frango, carne suína, soja e carne bovina.

    A China é uma grande importadora de produtos agrícolas americanos. As compras caíram depois que Trump iniciou uma guerra comercial durante seu primeiro mandato e depois se recuperou.

    ‘Gentileza por inimizade’

    Agora, as importações de frango, trigo, milho e algodão cultivados nos EUA enfrentarão uma tarifa extra de 15%, disse o ministério chinês. As tarifas sobre soja, carne suína, bovina, frutos do mar, frutas, vegetais e laticínios subirão em 10%.

    “Ao aumentar as tarifas, os EUA retribuíram a gentileza com inimizade”, disse na terça-feira o porta-voz do ministério das relações exteriores da China, Lin Jian.

    Ele acrescentou: “Gostaria de reiterar que o povo chinês nunca teve medo do mal, não acredita em fantasmas e nunca foi intimidado”.

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