Apagão na Europa: entenda o que aconteceu e as consequências

Um apagão sem precedentes atingiu Portugal, Espanha e partes da França, causando caos e pânico. Entenda o que aconteceu e as consequências

A energia elétrica voltou em Lisboa às 20h46 (horário local, 16h46 em Brasília) após mais de 9 horas de um apagão sem precedentes que atingiu hoje Portugal, Espanha e partes da França.

A volta da luz foi recebida com comemoração pela população da região central da capital portuguesa.

O apagão começou às 11h30, no horário local, e foi recebido com angústia pela população, que não está acostumada a este tipo de falha. O contexto geopolítico da Europa também colaborou para aumentar a tensão, já que as primeiras informações sobre possíveis causas só foram divulgadas horas depois.

O apagão gerou caos na capital de Portugal e em outras cidades do país. Sem semáforos, sinal de telefone e transportes públicos, entre outros serviços que dependem de luz ou de internet, os portugueses recorreram ao rádio para saber o que estava acontecendo. As emissoras operaram com geradores, assim como hospitais e polícia, mas também tiveram dificuldades para obter informações oficiais sobre o apagão.

Caos nos transportes

Centenas de pessoas foram retiradas do metrô de Lisboa após os vagões pararem entre estações. No aeroporto da capital portuguesa, os voos foram suspensos. Passageiros que já estavam no ônibus a caminho do avião tiveram que dar meia volta. Milhares de pessoas se aglomeravam na frente do aeroporto à espera de táxis, já que os carros por aplicativo não estavam operantes.

No maior hospital de Lisboa, o Santa Maria, os geradores foram ligados logo após o apagão e a administração do local diz que operou com serviços mínimos sem ocorrências. As maiores universidades portuguesas e muitas escolas cancelaram as aulas de hoje.

Por volta das 14h, pelo horário local, a energia começou a ser restabelecida em algumas cidades espanholas, como Barcelona e Huelva, informaram jornalistas locais. Em Portugal, todo o país permanecia sem eletricidade e sem saber o que causou a falha inédita.

Dificuldades de comunicação

As dificuldades de comunicação persistiram durante toda a tarde e o início da noite. Os celulares só funcionavam para emergências. Não havia rede de internet e muitos portugueses optaram por carregar os aparelhos e ouvir as notícias no rádio de seus carros estacionados.

As aulas foram suspensas, muitas empresas liberaram os trabalhadores e o transporte público movido a eletricidade, trens e metrô, ficaram parados. Nas ruas de Lisboa, muitas pessoas se reuniam para compartilhar a pouca informação disponível no início da tarde.

Impactos no comércio

O comércio fechou parcialmente, especialmente restaurantes e lojas. Sem eletricidade, não havia sistema bancário para efetuar pagamentos. Também muitos estabelecimentos utilizam fogões de indução e não a gás, o que inviabilizou a operação deles.

O apagão ocorreu em um momento de tensão política na Europa e o nome do presidente russo, Vladimir Putin, foi muito mencionado nas conversas dos portugueses na rua.

“Não duvido de nada”, disse ao Valor o mecânico José Pedro Almeida, que tem uma oficina na região central da capital e recebeu a reportagem sem desviar a atenção do rádio de um dos carros ligado em volume alto.

“Eu não sei nem como vou comer”, contou a aposentada Rosa Maria Moura, que conversava com as vizinhas da sacada de seu apartamento na região da Martim Moniz, na capital portuguesa. Ela explicou que não tem nem como aquecer comida, pois “tudo é elétrico” em sua casa.

Com informações do Valor Econômico

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