Apagão na Espanha e Portugal; bolsa portuguesa fecha em queda e destoa de pares continentais

Um grande apagão atingiu partes da Espanha e Portugal, afetando serviços essenciais e levantando preocupações sobre a infraestrutura energética e potenciais impactos econômicos

Um apagão elétrico atinge a Europa nesta segunda-feira (28), atingindo mais detidamente Portugal e Espanha. O fato causou diversos problemas nos países ibéricos, mas também trouxe consequências para o mercado financeiro.

A bolsa de valores portuguesa registrou queda generalizada, puxada pela perda de valorização em ações de energia elétrica e fóssil. Mesmo sob pressão do apagão, os índices acionários de Espanha e França fecharam seus pregões em alta.

No início da manhã, notícias veiculadas no site do jornal Público, de Portugal, indicavam que poderia ter ocorrido um ataque cibernético que afetaria também a Espanha, França e Alemanha. O site citava entrevista do ministro adjunto e da coesão territorial de Portugal, Manuel Castro Almeida, à rádio RTP3.

Mais tarde no dia, essa informação inicial perdeu força. À tarde no Brasil e noite na Europa, a conclusão era de que ainda não há informações “conclusivas” sobre os motivos que provocaram o grande apagão que afetou hoje Espanha e Portugal. A conclusão foi do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchez, em coletiva de imprensa.

O líder espanhol disse ainda que a energia foi retomada em partes da Espanha com ajuda de equipes da França e Marrocos. A operadora de eletricidade espanhola, Red Elétrica, disse mais cedo que partes das regiões da Catalunha, Aragão, País Basco, Galícia, La Rioja, Astúrias, Navarra, Castela e Leão, Extremadura e Andaluzia, tiveram o fornecimento de energia retomado.

Sanchez pediu ainda que a população restrinja o uso de telefones celulares para chamadas breves e necessárias. O premiê disse ainda que o governo aumentará a presença de forças de segurança nas ruas, mas que até o momento o apagão não provocou nenhum problema de segurança no país.

Normalização do serviço de energia

Mas a normalização do fornecimento de energia elétrica em Portugal, por exemplo, após o apagão, pode levar até uma semana para ocorrer, segundo a Redes Energéticas Nacionais (REN), operadora da rede elétrica portuguesa. Segundo a REN, o apagão nos países da Península Ibérica (Portugal e Espanha) teria ocorrido por conta de variações extremas de temperatura no interior de Portugal.

Ainda de acordo com o Público, o apagão elétrico afetou serviços fixos e móveis em algumas áreas do país. Um plano de contingência foi acionado para tentar restabelecer os serviços e atuar posteriormente na recuperação.

Ida aos bancos em Portugal

O apagão levou por exemplo pessoas para agências dos bancos com intenção de sacar dinheiro para se precaver com relação aos próximos dias. Em um banco específico, segundo relatos, funcionários informavam que havia dinheiro à disposição e que o banco funcionava com geradores.

Impacto do apagão na Espanha

Na Espanha, semáforos e serviços telefônicos ficaram, em grande parte, fora do ar. Os trens do metrô de Madri tiveram seu funcionamento paralisado. Autoridades retiraram pessoas em alguns trechos da linha metroviária, segundo rádios locais.

O site do jornal El País, por sua vez, indica que se trata do pior apagão elétrico da história recente da Espanha. De acordo com o site, a ocorrência paralisou desde o funcionamento da infraestrutura até comunicações móveis.

Bolsa de valores de Portugal tomba com apagão

Mesmo impactadas pelo apagão, bolsas de Espanha e França fecharam o pregão desta segunda-feira (28) em alta. O Ibex 35, índice espanhol, registrou ganhos de 0,75%, enquanto o francês CAC 40 abriu alta de 0,45% no fim do dia.

Na contramão do resto do continente, as ações em Portugal amargaram perdas generalizadas com o apagão. Assim, o índice PSI 20, de Lisboa, foi a exceção da Europa, contraindo 1,01%, sob pressão de desvalorização de empresas de energia listadas.

O principal tombo desta segunda-feira no PSI 20 foi o da petroleira e produtora de gás natural Galp Energia, cujas ações recuaram 3,01%. Já o papel da geradora portuguesa Mota Engil acumulou perdas de 2,89%. Além disso, ativos da EDP Renováveis sofreram queda de 0,98% na bolsa de valores de Portugal.

*Com informações do Valor Econômico

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