Alckmin deixa debate sobre fiscal para depois, mas diz que governo ‘não será gastador’

Coordenador da transição aponta falta de recursos para programas sociais e continuidade de obras

Coordenador da transição, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin afirmou nesta quarta-feira que o novo governo “não será gastador”, mas precisará abrir espaço no orçamento para garantir programas de proteção social e o funcionamento da máquina pública.

“Não há recursos sequer para dar continuidade a obras e ter o mínimo para investimentos, o que será importante para a retomada econômica”, afirmou Alckmin. “A marca do presidente Lula [nos dois mandatos como presidente] foi a responsabilidade fiscal, não vai ser um governo gastador. Mas você precisa ter um mínimo para manter a proteção social e o funcionamento do Estado.”

Questionado sobre a ancoragem fiscal do governo, Alckmin sustentou que o tema será debatido à frente, “com mais calma”. “A ancoragem fiscal será debatida com mais calma, não é neste momento”, respondeu Alckmin a jornalistas.

Previsto para ser apresentado ainda hoje, o texto da PEC da Transição irá priorizar, segundo Alckmin, a manutenção do Auxílio Brasil (Bolsa Família) com piso de R$ 600, além de contar com valor-extra a famílias com crianças de até seis anos. A primeira infância precisa ser prioridade, segundo o vice-presidente eleito.

“A PEC trata do Bolsa Família, que ambos os candidatos defenderam na campanha”, pontuou. “Não conheço nenhum partido que tenha se colocado contra, agora estamos fazendo o detalhamento [do texto]”.

Além do auxílio financeiro a famílias de baixa renda, Alckmin disse que é preciso recompor o orçamento a áreas prioritárias, entre as quais destacou: Saúde, Educação, Minha Casa Minha Vida (atual Casa Verde Amarela) e a continuidade de obras de infraestrutura.

Alckmin falou à imprensa após anunciar os integrantes de mais 16 grupos temáticos da transição. Hoje, o Tribunal de Contas da União (TCU) deve enviar dados sobre o atual governo, com documentos que auxiliarão as equipes.

“Os dados do TCU serão importantes para não interromper obras e prever problemas”, explicou o vice-presidente eleito.

Questionado se os nomes da transição trazem indicativo de futuros integrantes da Esplanada, Alckmin reforçou que não existe esta relação e que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciará seus ministros no “momento adequado”.

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