Creditas quer valer até US$ 10 bi em IPO

Fintech de crédito começou a contratar bancos para listagem nos Estados Unidos

Perto de fechar uma rodada privada pré-IPO, a fintech Creditas já começou a engatar o processo para listagem em bolsa americana. Nas conversas atuais, a companhia estima uma avaliação de estreia de US$ 7 bilhões a US$ 10 bilhões, apurou o Pipeline, site de negócios do Valor. Há uma possibilidade de a oferta ocorrer no fim do segundo trimestre – mas o cenário mais provável é a listagem no segundo semestre, segundo fontes.

Os bancos de investimentos fizeram suas apresentações à fintech nas duas primeiras semanas de janeiro e aguardam ansiosos a ligação garantindo um lugar no sindicato nesta semana. “É o ‘deal’ mais disputado no momento. O Nubank de 2022”, diz um chefe de banco de investimento. Isso porque, guardadas as devidas proporções em relação ao banco digital, essa deve ser a maior oferta inicial de uma companhia brasileira no ano – com economia fraca e eleições, os bancos esperam maiores volumes em “follow-ons”.

Na faixa mais alta, a expectativa de preço embute um múltiplo de 12 vezes o valor de companhia (soma de equity e dívida) sobre a receita projetada para 2023 (EV/receita). A fintech ainda vai bater o martelo sobre o volume de captação, mas tem indicado algo entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão.

O negócio da Creditas é conceder crédito com garantia em imóvel e carro ou o consignado. A criação da companhia guarda semelhança com o que moveu o Nubank: um estrangeiro impressionado com as altas taxas de juros locais, com a restrição de acesso a crédito e com gana (ou sem muita noção da realidade, como costumam dizer) de encarar o “establishment”. O espanhol Sérgio Furio criou a BankFacil, depois foi rebatizada como Creditas, um ano antes da fundação da startup que optou pelo cartão de crédito.

Maior fintech de crédito com garantia do país, tem na base acionária fundos como Softbank, Kaszek, QED e Amadeus. O ritmo de crescimento tem sido intenso, o que faz a empresa aproveitar a liquidez dos fundos – sua quinta rodada, de US$ 225 milhões, foi fechada há pouco mais de um mês.

A Creditas ainda opera em prejuízo, segundo o balanço mais recente. O prejuízo nos nove primeiros meses de 2021 foi de R$ 215,8 milhões, privilegiando o crescimento – no período, números como carteira total de crédito, nova originação e receita mais do que dobraram na comparação anual.

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